"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



terça-feira, 9 de agosto de 2016

"Do tempo em que Gungunhana pegava numa navalha ponteaguda e com ela se apoiava no ombro da sua vítima para se pôr de pé. Uns morriam na hora, outros ainda resistiam."

Listen to this post. Powered by iSpeech.org
Xicará de Café de Salvador Raimundo
NADA dura uma vida inteira. Eis chegado o momento de o funcionalismo bancário dizer basta a série de atrocidades, como que a beijar escravatura da era antiga.
Do tempo em que Gungunhana pegava numa navalha ponteaguda e com ela se apoiava no ombro da sua vítima para se pôr de pé. Uns morriam na hora, outros ainda resistiam.
Na banca, só se coloca de pé quem recorre ao método de Gungunhana. De tal modo que não existe nenhuma instituição que escapa ao vício da sedução, extorção, corrupção sexual e financeira a troco de uma vaga e/ou da ascensão na carreira, um mundo cão onde só vinga e escapa a malcriadez, também os de apelido perfeito.
Dependendo do apelido, o funcionário pode passar de um simples caixa para, num ápice, ocupar um lugar imediatamente a seguir, assim sucessivamente…para trás os colegas mais experimentados.
Um mundo maldito este o da banca. Onde se trabalha para além do horário recomendável, sem a compensação devida, e onde falha humana nem sempre é reconhecida como tal, salvo raríssimas excepções.
O incrível é que neste mundo, o funcionário expatriado equivale a competência, performances acima da média face aos colegas moçambicanos. Logo, o expatriado é o expert, sujeito a um estatuto próprio.
No campo prático, todavia, o nacional torce o nariz de tanta mediocridade demonstrada pelo expatriado.
A tudo isto, o poder adopta a estratégia de que vê mas convém que nada esteja a ver.
Por descobrir as motivações para este estado de coisas.
Pode ser mais ou menos isto que o Sindicato Nacional de Empregados Bancários foi dizer, cara-a-cara, à ministra do Trabalho, Emprego e Segurança Social, Vitória Diogo. Nada casual.
Cabe à inspecção geral do trabalho velar por algumas das situações precárias por que passam os funcionários bancários moçambicanos, sobretudo os de cor, os negros, uma vez que neste maldito mundo o racismo é escandaloso.
Em cada três candidatos entrevistados, se um deles fôr mestiço ganha vantagem face aos demais, nem que tecnicamente ou em termos de requisitos se mostre débil. Isto para além daquele item de apelido perfeito ou sugerido a dedo em nome de fulano… É penoso, mas é a realidade. Atenção, há mistiço com canudo...
A indiferença da inspecção assusta. Só pode ser por algo muito forte que leva agora o SNEB a intervir.
A inspecção tem dificuldades de penetração em determinados sectores, como nas missões diplomáticas.
Na construção civil, operários sem canudo eram contratados em Portugal a troco de comissões, e a cada obra acabada tiravam fotografias enviadas a metrópole testemunho de bom desempenho, em obra realizada por moçambicanos.
Foi complicado acabar com isso. Hoje já nem existe...
Nada dura uma vida. A porcaria que se vive na banca também terá o seu fim…
O próprio Gungunhana já não existe...
EXPRESSO – 09.08.2016
Nota: Não admira que na FRELIMO seja “norma matar” como foi publicamente afirmado. Não está Gungunhana na cripta dos heróis? Junto a Samora e outros?
Fernando Gil

EY: O pior é que mesmo lá na terra dos sem apelido, dos shingondos, são os mesmos Ngungunhanas que mandam humilhando os donos da terra que lhes receberam com carinho...Até quando isto????????????????

Sem comentários:

Enviar um comentário