"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



quarta-feira, 24 de agosto de 2016

PARA AGENTES DA PRM: Nhamatanda abre Escola de Sargentos

O PRESIDENTE da República e Comandante-Chefe das Forças de Defesa e Segurança, Filipe Nyusi, procede hoje à inauguração da Escola de Sargentos da Polícia (ESAPOL), cujo patrono, a título póstumo, é o Tenente-General Oswaldo Tazama.
A escola localiza-se no Posto Administrativo de Metuchira, distrito de Nhamatanda, província de Sofala.
O novo estabelecimento de ensino policial tem como foco formar agentes que possam dar um novo ímpeto às acções operativas da corporação, tudo com o intuito de responder às preocupações dos cidadãos sobre a segurança pública.
Baptizada com o nome do primeiro comandante-geral da Polícia, Oswaldo Tazama, a unidade conta com três salas de aulas com capacidade para 25 estudantes, blocos administrativos, um posto médico, cozinha, refeitório, oito dormitórios masculinos e femininos, incluindo para os instrutores, casas de banho, campo de treino e parada, numa área de 216 hectares.
Segundo o Ministro do Interior, Jaime Basílio Monteiro, que ontem acompanhou os últimos preparativos para a inauguração do estabelecimento de ensino, o enfoque da ESAPOL é formar sargentos da Polícia, de modo a completar a estrutura do subsistema de formação policial. Em Matalane já existe a Escola de Formação Básica da PRM, que forma guardas da corporação e também a Academia de Ciências Policiais (ACIPOL) em Michafutene, que forma quadros de nível superior.
A particularidade desta escola, e pelo que vem definido nos estatutos, tem a ver com o facto de abranger apenas os membros da PRM, aqueles que já vêm trabalhando e com larga experiência no teatro das operações. Compreende duas abordagens: para aqueles que já são sargentos da Polícia e os que ainda não o são, mas que sejam polícias há vários anos. Os que já são sargentos da PRM e que tenham a 12.ª classe serão os primeiros a beneficiar de formação. No fim do curso terão o nível de técnicos médios profissionais.
O curso de sargentos terá a duração de três anos, isto para aqueles que ingressarem com a 10.ª classe, saindo com a equivalência de técnicos médios. Por outro lado, os que forem a entrar com a 12.ª classe, porque já são sargentos, irão beneficiar de um curso específico, em que a duração será de ano e meio, ou seja, 18 meses.
Os cursos serão em regime de internamento, não sendo permitido o regime de externato.
Refira-se que o Tenente-General Oswaldo Tazama, foi o primeiro Comandante-Geral da Policia.
Nasceu em 1940, no distrito do Lago, na província do Niassa. Em 1963, ou seja, aos 23 anos de idade, juntou-se à Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). Teve os primeiros treinos militares no centro de Bagamoyo, sul da Tanzania.
Integrou o grupo de combatentes que se preparou na Argélia para o desencadeamento da luta armada de libertação nacional. Foi preparador político-militar dos guerrilheiros da Frente de Libertação de Moçambique, em Kongwa, e chefe do Centro de Preparação Político-Militar de Nachingwea e do Centro Educacional de Tunduru, na Tanzania.
Em 1964, Tazama foi um dos encarregados em introduzir no país o primeiro material de guerra através do Rio Rovuma, no norte do país, para o início da luta de libertação. Foi um dos 12 elementos da FRELIMO que iniciou a luta de libertação na província do Niassa, em 25 de Setembro de 1964.
No segundo congresso da Frelimo, em 1968, foi eleito membro do Comité Central do Partido Frelimo. No mesmo ano, Tazama foi indicado responsável da segurança militar da guerrilha, posto que ocupou até ao final da guerra, em 1974.
Entre 1978 e 1983 foi governador da província da Zambézia e em 1984 chefiou a Secretaria de Estado da Defesa para os Antigos Combatentes.
Oswaldo Tazama morreu no dia 7 de Outubro de 2001, em Lichinga, província do Niassa. Os seus restos mortais foram depositados no monumento aos heróis moçambicanos, em Maputo, com honras de Estado, em reconhecimento do seu contributo na luta pela liberdade e organização do Estado moçambicano.
Hélio Filimone, em Sofala

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