"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Rádio Moçambique encomenda reportagem para travar a marcha de sábado


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Partido Frelimo desesperado
Foi encomendada uma reportagem em Xai-Xai, onde membros do partido Frelimo apelam às pessoas para não irem à marcha. Em Maputo, foram solicitados os membros do G40 António Boene e Fernando Gonçalves do “Savana” para dizer que a marcha é infundada.
A marcha contra a guerra e as chamadas dívidas escondidas, convocada para amanhã sábado, está a deixar o partido Frelimo desesperado. Segundo apurou o “Canalmoz”, o presidente do Conselho da Administração da Rádio Moçambique Faruco Sadique, e o director de Informação da mesma Rádio, António Bernardo Cuna, receberam ordens para encomendarem uma reportagem com o objectivo de dissuadir os cidadãos de aderirem à marcha e maldizer os organizadores.
E foi o que aconteceu. Foi posta em acção a delegação da Rádio Moçambique em Xai-xai, que entrevistou membros do partido Frelimo que se fizeram passar por cidadãos anónimos, e todos eles condenaram a marcha e alegaram que o Governo está a criar soluções e que os moçambicanos não se devem preocupar com a crise.
Em Maputo, foi posto em acção o G40, a associação para delinquir que visa confundir e intoxicar os cidadãos com a propaganda. Foram solicitados os serviços de António Boene e de Fernando Gonçalves (editor não executivo do jornal “Savana”), ambos alistados no G40, que se fizeram passar por analistas.
Os dois disseram que as razões da marcha são infundadas e extemporâneas e defenderam a continuação da actual situação, porque “o Governo está a trabalhar”.
Para fechar a reportagem, foi também solicitado o serviço do “sheik” Aminudin Muhammad, presidente do Conselho Islâmico de Moçambique, que se fez passar por representante de todos os religiosos de Moçambique e apelou para que os cidadãos não adiram à marcha. Aminudin Muhammad disse que os moçambicanos são também os responsáveis pela crise e que devem ficar em casa, porque o Governo está a “resolver o problema deles”. Nota particular é que o “sheik” Aminudin Muhammad está a mentir quando se faz passar por representante dos religiosos, pois uma parte da própria comunidade islâmica está na organização da marcha.
A reportagem constitui uma demonstração do desespero do partido Frelimo, que está a usar a Rádio Moçambique e os seus trabalhadores como agentes de propaganda contra um direito constitucional que é a manifestação. Há vários agentes dos serviços secretos que foram destacados para seguirem os organizadores desde a noite da quarta-feira.
A marcha realiza-se no sábado, e a concentração será às 7h00 na estátua de Eduardo Mondlane, em Maputo. Os cidadãos vão à rua protestar contra a guerra promovida pela Frelimo e pela Renamo e contra as dívidas escondidas, contraídas por elementos do Governo para financiar actividades privadas, mas que querem agora que o Estado pague tais dívidas.
CANALMOZ – 26.08.2016

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