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Escrito por Adérito Caldeira em 26 Agosto 2016 |
“A paz e a unidade nacional constituem uma preocupação central e permanente de todos. Quero, mais uma vez, reiterar que tudo farei para a sua preservação” tem afirmado em várias ocasiões o Chefe de Estado, Filipe Nyusi, que simultaneamente defende a manutenção do cerco à serra da Gorongosa onde milhares de militares e forças paramilitares especiais continuam à caça de Afonso Dlakhama. “Nós queremos a paz. Quero garantir a todos os cidadãos, aos intelectuais, aos jornalistas, que a paz pode voltar a reinar em Moçambique” disse em entrevista ao jornal Savana o líder do partido Renamo onde também assumiu que os seus homens armados têm atacado postos militares e áreas civis. “Ninguém organiza um grupo para ir a um distrito e deixar de atacar o adversário e atacar hospitais. A Renamo ataca postos militares. Foi o que, por exemplo, aconteceu em Morrumbala, e ninguém fala disso. Destacam apenas o facto da Renamo ter levado alguns medicamentos para atender os seus homens. Eu medicamentos para atender os seus homens” declarou Dlakhama que está sitiado algures na Região Centro de Moçambique há cerca de um ano. Entretanto, no conforto de um hotel cinco estrelas, na capital moçambicana, os representantes dos dois líderes, após mais uma semana de diálogo, continuam longe de alcançar os consensos necessários para o término da guerra.
Ninguém contabiliza as acções militares das Forças de Defesa e Segurança
Um conflito armado que, de acordo com Ministério da Defesa, tem sido agravado pelo guerrilheiros de Afonso Dlakhama, que diga-se não se sabe quantos são. “O que podemos ver hoje é que toda a prioridade da Renamo é matar o povo e destruir o que é do povo”, afirmou, em conferência de imprensa na passada quinta-feira(18), Octávio Chume o porta-voz da instituição.“As FDS concluem que a Renamo protagoniza tais ações como forma de criar terror nas populações, desviar a atenção do diálogo político e manter a estabilidade”, declarou o porta-voz do Ministério da Defesa Nacional citado pela agência de notícias portuguesa Lusa. As Forças de Defesa e Segurança (FDS), prosseguiu Octávio Chume, reiteram a sua prontidão e determinação para garantir a circulação de pessoas e bens, assim como a ordem e tranquilidades públicas, e estão prontas para perseguir os homens armados até à sua proveniência. Chume, que é também diretor nacional da Política de Defesa, atribuiu à Renamo a autoria de dezenas de ataques ocorridos no mês de julho, maioritariamente no centro do país, e alguns no norte. Entretanto o maior partido de oposição, de algum tempo à esta parte, parou de reagir periodicamente aos ataques que lhe são atribuídos nem tem vindo a divulgar as ofensivas que tem sofridos por parte das Forças Governamentais. Importa referir que o @Verdade, através de fontes concordantes, apurou que milhares de soldados do exército assim como outros tantos membros das forças paramilitares da Polícia da República de Moçambique tem realizado ofensivas militares usando armamento pesado não só na serra da Gorongosa, onde se acredita que Afonso Dlakhama estará escondido, mas também perseguem membros e simpatizantes do partido político em várias Regiões do nosso País. Há inclusivamente relatos, de membros das Forças de Defesa e Segurança, da existência de unidades de elite que sob indicação das autoridades governamentais caçam cidadãos civis alegadamente por pertencerem ao partido Renamo.
Representantes de Nyusi e Dlkhama concordaram discordando
Nesta quarta-feira(24), Mário Raffaelli revelou que os mediadores/facilitadores internacionais do diálogo político apresentaram um proposta “sobre a suspensão das hostilidades” às delegações de Filipe Nyusi e de Afonso Dlakhama.Contudo, segundo o porta-voz dos mediadores, as duas partes concordaram com a proposta, discordando. “A delegação da Renamo concorda com a visita dos mediadores/facilitadores internacionais ao presidente da Renamo. Para o efeito, aceita uma trégua temporária junto à Serra da Gorongosa desde que o Governo retire as Forças ali estacionadas, devido ao iminente perigo e insegurança, que aquelas posições representam” disse Raffaelli em conferência de imprensa. Por seu turno a Delegação do Presidente da República de Moçambique também “concorda com a proposta dos mediadores/facilitadores internacionais sobre a suspensão imediata de todas as hostilidades e de todas as formas de violência em todo o território nacional” porém, de acordo com Mário Raffaelli, considera que “as Forças de Defesa e Segurança nas posições que actualmente ocupam em todo o País estão em missão de protecção das populações, dos seus bens e para permitir a livre circulação dos moçambicanos num clima de paz, harmonia e segurança”. Recorde-se que milhares de compatriotas têm estado a abandonar as suas casas, haveres e machambas nas zonas onde a guerra decorre procurando refúgio nos centros urbanos e até no vizinho Malawi. Esses refugiados têm relatado que fogem das acções das Forças Governamentais. Quiçá mais rapidamente se chegasse a um cessar fogo se os representantes de Filipe Nyusi e Afonso Dlakhama deixassem o conforto e segurança de um hotel em Maputo e fossem negociar no sopé da Serra da Gorongosa. Poderia também ajudar a evitar mal entendidos e falhas de comunicação para o povo se as sessões de diálogo fossem transmitidas em directo pela televisão e rádio. ESTE ARTIGO FOI ESCRITO NO ÂMBITO DO PROJECTO DE MEDIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE ÁFRICA DA VITA/Afronline( de Itália) E O JORNAL @VERDADE. |
"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"
sexta-feira, 26 de agosto de 2016
Nyusi e Dlakhama alardeiam desejo da paz mas na mesa de negociações só há acordo em discordar sobre o fim da guerra em Moçambique
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