EUREKA Laurindos Macuácua
Até custa usar a palavra, de tão gasta que está, mas não há outra: tensão político-militar. Já a ouviu conjugar com a de dívidas ocultas aí um trilião de vezes.
Pois, todos opinam sobre a matéria quando o País agoniza: é a inflação; é a austeridade que só se aplica ao povo; é a fome que sacrifica os moçambicanos.
Feita esta introdução, deixa-me fazer-lhe uma pergunta concreta, Presidente: afinal quem lucra com a guerra? É que os engraxistas habituais, que pululam pelas televisões e rádios públicas, estão sempre a dizer que o Presidente Nyusi reitera a sua disponibilidade para dialogar com o líder da Renamo. Só se reitera e nada acontece.
Só ouvimos as caixas de ressonância habituais e no terreno nada. Será que o Presidente tem ideia de que muitos moçambicanos, na zona centro, estão a morrer por causa desta guerra? Por vezes acho que o Presidente ainda não se confrontou com esta tragédia, a não ser através do atropelo de imagens nas televisões.
Esse discurso de que na sua cabeça só existe a palavra paz, tem de evitar porque, na verdade, o invoca em vão.
Não tem qualquer efeito prático. Para mim, a questão é que não existe vontade política para se acabar com a guerra.
O extremar de posições- tanto do lado do Governo da Frelimo, assim como da Renamo- se vai acentuando a cada dia. E mesmo que os mediadores ficassem connosco por mais 20 anos, não conseguiriam resolver a questão do nosso conflito, porque o cerne está em ambos os beligerantes se reconhecerem como donos legítimos deste País e que só a intervenção de todos será necessária para o seu desenvolvimento.
Esta guerra, Presidente, não é de hoje. Mesmo após a assinatura dos Acordos Gerais de Paz,
Moçambique jamais deixou de ser uma bomba-relógio. Se só arrebentou agora, é porque, talvez, o pavio fosse um pouco comprido.
Diálogo significa cedências.
Não vejo em que o Governo está a ceder. O mesmo aplica-se à Renamo. Quer dizer, estamos perante um diálogo de surdos.
Todavia, quem tem a responsabilidade acrescida de lutar pela paz, é a Frelimo. A
Frelimo é que governa este País e escolhemo-la por julgarmos que fosse idónea e com robustez política para desenvolver o nosso Moçambique em clima de paz e prosperidade. Parece que fomos enganados, ou seja, aldrabados.
A incompetência deste Governo , está bom de ver. O relambório continua o mesmo, desde o dia primeiro da sua tomada de posse. É por isso que algumas vozes até questionam se o meu
Presidente, o Nyusi, é efectivamente Chefe de Estado. É que, enquanto diz que o povo é seu patrão e que só pensa na paz, outros, a exemplo do camarada Chipande, têm discursos incendiários.
Colocam mais achas na fogueira que só consome recursos naturais, os bens de muita gente e vidas.
Presidente: dói ver as labaredas a consumirem a esperança dos moçambicanos. Fala-me com sinceridade: não é possível mudar a política governamental? Não é possível a inclusão de todos os moçambicanos?
Não podemos optar pela descentralização?
Termino com a mesma questão: afinal, quem lucra com esta guerra?
Será que o povo moçambicano, o eleitor, não se vai cansar de andar, ano após ano, neste desespero?
DN – 12.08.2016
Não tem qualquer efeito prático. Para mim, a questão é que não existe vontade política para se acabar com a guerra.
O extremar de posições- tanto do lado do Governo da Frelimo, assim como da Renamo- se vai acentuando a cada dia. E mesmo que os mediadores ficassem connosco por mais 20 anos, não conseguiriam resolver a questão do nosso conflito, porque o cerne está em ambos os beligerantes se reconhecerem como donos legítimos deste País e que só a intervenção de todos será necessária para o seu desenvolvimento.
Esta guerra, Presidente, não é de hoje. Mesmo após a assinatura dos Acordos Gerais de Paz,
Moçambique jamais deixou de ser uma bomba-relógio. Se só arrebentou agora, é porque, talvez, o pavio fosse um pouco comprido.
Diálogo significa cedências.
Não vejo em que o Governo está a ceder. O mesmo aplica-se à Renamo. Quer dizer, estamos perante um diálogo de surdos.
Todavia, quem tem a responsabilidade acrescida de lutar pela paz, é a Frelimo. A
Frelimo é que governa este País e escolhemo-la por julgarmos que fosse idónea e com robustez política para desenvolver o nosso Moçambique em clima de paz e prosperidade. Parece que fomos enganados, ou seja, aldrabados.
A incompetência deste Governo , está bom de ver. O relambório continua o mesmo, desde o dia primeiro da sua tomada de posse. É por isso que algumas vozes até questionam se o meu
Presidente, o Nyusi, é efectivamente Chefe de Estado. É que, enquanto diz que o povo é seu patrão e que só pensa na paz, outros, a exemplo do camarada Chipande, têm discursos incendiários.
Colocam mais achas na fogueira que só consome recursos naturais, os bens de muita gente e vidas.
Presidente: dói ver as labaredas a consumirem a esperança dos moçambicanos. Fala-me com sinceridade: não é possível mudar a política governamental? Não é possível a inclusão de todos os moçambicanos?
Não podemos optar pela descentralização?
Termino com a mesma questão: afinal, quem lucra com esta guerra?
Será que o povo moçambicano, o eleitor, não se vai cansar de andar, ano após ano, neste desespero?
DN – 12.08.2016
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