Lisboa,
Portugal 30/05/2016 18:25 (LUSA)
Perante
notícias publicadas nos últimos dias, envolvendo despachos da Lusa sobre a
existência de valas comuns em Moçambique, a Direcção de Informação (DI)
esclarece o seguinte:
1
- No dia 28 de Abril, a Lusa noticiou a existência de uma vala comum com mais de
cem corpos na Serra da Gorongosa, no centro de Moçambique, denunciada por
camponeses. A agência recolheu vários testemunhos de camponeses que frequentam a
região e contactou com entidades oficiais, nomeadamente a administração do
distrito da Gorongosa e a Polícia da República de Moçambique. Vários “sites”
associaram ao texto desta notícia uma fotografia de valas comuns que não dizia
respeito a Moçambique. Esta foto não foi divulgada pela Lusa e a Lusa não tem
qualquer responsabilidade na sua difusão.
2
– No dia 01 de Maio, a Lusa, com outros dois órgãos de comunicação social
(Deutsche Welle e Rádio Comunitária da Gorongosa), localizou e documentou
fotograficamente 15 corpos abandonados no mato, em dois locais entre os
distritos de Macossa e Gorongosa, nas proximidades da localização apontada na
primeira notícia. Fotos destes cadáveres foram distribuídas pela Lusa aos seus
clientes, em simultâneo com a divulgação da respectiva
notícia.
3
- A Lusa noticiou todas as tomadas de posição pertinentes sobre o assunto, de
entidades moçambicanas ou outras, sempre que delas teve conhecimento.
4
- A Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e Legalidade, do
Parlamento de Moçambique, convocou o delegado da Lusa em Moçambique, Henrique
Botequilha, a 27 de Maio, para prestar declarações no mesmo dia. A Lusa
respondeu a todas as questões colocadas ao longo de quase uma hora de sessão,
recusando revelar as suas fontes de informação que solicitaram anonimato, tal
como determinam o código deontológico dos jornalistas e várias recomendações
internacionais, adoptadas, nomeadamente, pela União Europeia e pela União
Africana.
5
- A Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos e
Legalidade convocou igualmente André Catueira, colaborador da Lusa no centro de
Moçambique, para prestar declarações sobre o mesmo assunto. O jornalista
respondeu às questões colocadas pelos deputados no dia 30 de Maio, e afirmou ser
impossível aceitar o convite para os guiar ao local da vala comum referida na
notícia de 28 de Abril. Essa diligência, a verificar-se, obrigaria a recorrer e
a identificar as fontes que conhecem o local e pediram o anonimato.
6
– Para além da informação da Lusa sobre este assunto, também a Deutsche Welle, a
Al-Jazeera e órgãos de comunicação social moçambicanos, nomeadamente a STV, o
jornal O País e o semanário Savana, noticiaram, entretanto, a descoberta de
valas comuns naquela região de Moçambique. Notícias que tiveram como fonte o
próprio trabalho desenvolvido no local por jornalistas dos respectivos órgãos de
comunicação social.
7
- A Lusa considera que todos os esclarecimentos públicos sobre o noticiário que
produziu sobre o assunto foram prestados em sede de Comissão Parlamentar, quer
pelo seu delegado quer pelo seu colaborador, não resultando daqui qualquer
alteração ou necessidade de correcção ao trabalho realizado, pautado pelos
princípios do rigor, da verdade e ética jornalística.
8
– A Lusa lamenta que as declarações prestadas pelo seu delegado em Maputo, em
sede de Comissão Parlamentar da Assembleia da República de Moçambique, a
propósito das valas comuns no centro do país, tenham sido deturpadas por vários
órgãos de comunicação social, um facto que é facilmente verificável ouvindo a
gravação da referida audição.
9
- A Lusa reafirma, por fim, aos seus clientes, todas as notícias divulgadas até
ao momento sobre este assunto.
A
Direcção de Informação
Lisboa,
30 de Maio de 2016
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