"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



quarta-feira, 13 de abril de 2016

Vem aí mais FMI

 
Marcelo Mosse.

Vem aí mais FMI? De certeza…
Não tarda que a gestão das Finanças Publicas em Moçambique seja de
novo entregue ao Fundo Monetário Internacional, com tudo o que isso
significa de aperto sobre as nossas vidas. A saga da EMATUM e agora a
da Pro-indicus revelaram que Moçambique bateu no fundo em matéria de
credibilidade fiscal e, para sairmos da lama, precisaremos do suporte
desses guros malfadados de Bretton Woods.
Maleiane está a tentar colocar as coisas nos carris. Por isso, chamou
Isaltina de Sales Lucas, que dirigia o Tesouro aquando da contratação
dos créditos da Ematum e da Pro-indicus, para sua vice-ministra. Nada
melhor do que ter ao lado de si alguém que, como funcionária publica,
e recebendo instruções, assinou esses dossiers. Alias, foi notório
como Maleiane quis resolver a Ematum antes de a  Pro-indicus marcar as
manchetes.

Mas isso não evitou essa torrente de lava que inunda agora as finanças
moçambicanas. E para agravar, a declaração do Governador do Banco de
Moçambique, Ernesto Gove, segundo as quais não sabia da Pro-indicus
apenas contribuiu para atiçar mais a ideia do desmando em quem
vivemos, a sensação de uma tremenda desgovernação financeira. Nos
corredores do sector financeiro, comenta-se que Gove ou estava a
mentir quando disse que não sabia ou estava a revelar uma tamanha
incompetência.

Seja como for, suas declarações foram recebidas com muita
perplexidade. Espera-se os doadores tomem a palavra nos próximos dias.
Mas os moçambicanos esperam sobretudo que um membro  do Governo venha
a publico clarificar o que precisa de estar claro. A casa esta em maus
lençóis. Ninguém consegue imaginar que possamos caminhar sem um
policiamento directo do FMI. Um resgate a maneira Portuguesa? Ou uma
coisa parecida com esse eufemismo angolano, que dá no mesmo?
Com o mal feito, a casa deve ser limpa. E uma das coisas que Maleiane
não conseguiu é dar um sinal claro de corte em despesismos
esbanjadores.

O Estado continua a gastar como se não estivesse em crise. E o próprio
Banco de Moçambique carrega uma das principais facturas nessa matéria.
A saída de Pinto de Abreu para um lugar mais “cómodo” na LAM é vista
como uma antecipação inteligente. Alguém que começou a enxergar a lama
crescendo exponencialmente. Mencionam-se as mordomias excessivas no
banco central e um custo enormíssimo com capital humano que contradiz
com uma certa incapacidade de regular as finanças públicas e…e muito
mais coisas que só caberiam num artigo de jornal. Como por exemplo o
bluff da exclusão financeira e da bancarizacao da economia, como foi
já referido num estudo especializado.

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