Os
factos da impunidade em exponencial do crime organizado são indisfarçáveis
diante de uma quase cristalina capitulação do Estado.
É como se um ‘Estado Paralelo’ estivesse a emitir claros recados sobre quem de facto manda nesta “pátria de heróis”. E o Estado de Direito e as suas instituições estivessem enclausurados num cativeiro à espera que alguém pague o resgate, pelo seu sequestro.
É difícil, mas temos de assumir: o Estado foi sequestrado. Os sequestradores, ou raptores, encontram-se enraizados nas entranhas desse aparato, com direito a armas e sentenças ditadas, que são executadas quando bem lhes apetecer.
Num espaço de cerca de 72 horas, as cidades de Beira e Maputo foram sacudidas pelo crime violento. Duas figuras distintas, uma da arena política e outra da Magistratura do Ministério Público, foram regadas de balas. José Manuel, membro do Conselho Nacional de Defesa e Segurança, e Marcelino Vilankulos, procurador da República, foram ASSASSINADOS.
É como se um ‘Estado Paralelo’ estivesse a emitir claros recados sobre quem de facto manda nesta “pátria de heróis”. E o Estado de Direito e as suas instituições estivessem enclausurados num cativeiro à espera que alguém pague o resgate, pelo seu sequestro.
É difícil, mas temos de assumir: o Estado foi sequestrado. Os sequestradores, ou raptores, encontram-se enraizados nas entranhas desse aparato, com direito a armas e sentenças ditadas, que são executadas quando bem lhes apetecer.
Num espaço de cerca de 72 horas, as cidades de Beira e Maputo foram sacudidas pelo crime violento. Duas figuras distintas, uma da arena política e outra da Magistratura do Ministério Público, foram regadas de balas. José Manuel, membro do Conselho Nacional de Defesa e Segurança, e Marcelino Vilankulos, procurador da República, foram ASSASSINADOS.
Foi
assim com o juiz de instrução criminal Dinis Silica, que
próximo mês faz dois anos sem que se saiba quem foram os seus
assassinos.
Foi assim com o constitucionalista franco-moçambicano Gilles Cistac, assassinado há pouco mais de um ano em plena capital. Até hoje não se lhe conhecem os assassinos.
Foi assim com o ‘espião’ dos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE) Ianlamo Mussa. Também não se lhe conhecem os assassinos. Foi assim com muitas outras figuras ‘incómodas’.
Num dia do século que passou e, em plena Assembleia da República, o então deputado Teodato Hunguana disse para quem o quis ouvir:“A única forma de evitar que o Estado caia definitivamente nas malhas do crime é desencadear uma guerra sem quartel contra os mentores da alta criminalidade e, também, dos seus executantes ou instrumentos. Um combate apenas dirigido contra estes, deixando aqueles incólumes e intocáveis, significa manter intactas as fontes da sua reprodução, fontes que se tornam cada vez mais poderosas e capazes de se apropriarem do próprio Estado”.
O crime organizado causa elevados danos para uma economia frágil de um país periférico, por desencorajar o investimento e o desenvolvimento, sobretudo da indústria turística, de que Moçambique deveria gozar de vantagens comparativas.
Ninguém se irá surpreender se esses impunes criminosos começarem a operar no palácio da Ponta Vermelha ou na Presidência da República.
Com todos estes cenários e já que perguntar não ofende: O Estado foi sequestrado pelo crime organizado?
Luís Nhachote
CORREIO DA MANHÃ – 14.04.2016
Foi assim com o constitucionalista franco-moçambicano Gilles Cistac, assassinado há pouco mais de um ano em plena capital. Até hoje não se lhe conhecem os assassinos.
Foi assim com o ‘espião’ dos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE) Ianlamo Mussa. Também não se lhe conhecem os assassinos. Foi assim com muitas outras figuras ‘incómodas’.
Num dia do século que passou e, em plena Assembleia da República, o então deputado Teodato Hunguana disse para quem o quis ouvir:“A única forma de evitar que o Estado caia definitivamente nas malhas do crime é desencadear uma guerra sem quartel contra os mentores da alta criminalidade e, também, dos seus executantes ou instrumentos. Um combate apenas dirigido contra estes, deixando aqueles incólumes e intocáveis, significa manter intactas as fontes da sua reprodução, fontes que se tornam cada vez mais poderosas e capazes de se apropriarem do próprio Estado”.
O crime organizado causa elevados danos para uma economia frágil de um país periférico, por desencorajar o investimento e o desenvolvimento, sobretudo da indústria turística, de que Moçambique deveria gozar de vantagens comparativas.
Ninguém se irá surpreender se esses impunes criminosos começarem a operar no palácio da Ponta Vermelha ou na Presidência da República.
Com todos estes cenários e já que perguntar não ofende: O Estado foi sequestrado pelo crime organizado?
Luís Nhachote
CORREIO DA MANHÃ – 14.04.2016
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