"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



quarta-feira, 1 de março de 2017

Veremos o Parlamento anuindo pela paz, concórdia e razoabilidade?


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Canal de Opinião por Noé Nhantumbo
Após os habituais "chumbos" da maio­ria parlamentar, dá para conti­nuar a desconfiar da sensatez para não falar de patriotismo.
Se quisermos ser realistas, concluiremos que a banca­da maioritária votará segun­do as instruções-ordens da Co­missão Política da Frelimo.
A única esperança concreta é de que o conclave dos decisores se tenha dado conta de que o ca­minho da confrontação será fatal também para os seus integrantes,
Numa altura em que o "cabrito come onde está amarrado", o Par­lamento começa mais uma sessão recusando-se a atacar os gritantes ataques contra a Lei da Probidade Pública. Avolumam-se os sinais de mediocridade de muitos dos nossos deputados, pois preferem gastar tempo e recursos em dis­cursos elogiosos de suas chefias, ao invés de investir na busca dos consensos que colocariam Mo­çambique andando para a frente. Empresas públicas vitais e estra­tegicamente cruciais foram sendo corroídas à vista dos nossos deputados depu­tados sem que se tenha visto uma acção consequente para travar a gangrena financeira das mesmas.
Estranhamente enlencam-se pon­tos para discussão, mas persiste a recusa de discutir o que mata Moçambique e as suas instituições.
Descentralização transitória que pacificaria o país parece que vai continuar preterida porque quem decide ainda não está interessa­do em assumir que este é o único caminho. Despartidarização do aparelho de Estado continua a ser temida como o diabo da cruz. Criação de forças de defesa e se­gurança republicanas parece não constituir propriedade talvez por­que se saiba que eleições reali­zadas com estas aquarteladas po­deria ser uma derrota calamitosa.
Compatriotas, os esforços do Governo, dos partidos parlamen­tares e extra-parlamentares é atacar de frente e com celeridade estes assuntos. Tudo o que seja diferen­te disso é diversionismo político e manobra dilatória para manter o "status quo". Aqueles que se instalaram e se impuseram no Estado estão cometendo profun­dos erros ao optarem pela protec­ção dos seus interesses privados.
O que se vive e a candoganização da governação e uma insensa­tez bem como falta de respeito aos cidadãos. Por mais importantes que tenham sido os feitos de quem quer que seja, ninguém tem o direi­to de apropriar-se de Moçambique.
Todo um povo não pode ser ignorado e sufocado por cau­sa de visões estropiadas de alguns dos seus cidadãos.
Vivemos de forma incongruente e subjugados a concidadãos que se estão comportando como vampiros.
No lugar da propalada auto-estima. divisa eleita na III República, assiste-se ao regresso voraz do "ca­brito como onde esta amarrado”.
Um Governo deve ser diferente de uma equipa de amigalhaços que se reúnem todas as terças-feiras para deliberar segundo os seus interes­ses privados. Quando a figura do ajuste directo é preferida, estamos perante a informalidade governa­tiva. Isso cultiva a impunidade e o abuso do poder e das posições.
O capital de experiência colec­tivamente existente é suficiente para se vencerem os desafios e as dificuldades de hoje. Até por­que a maioria das dificuldades é artificial e de terapia conhecida.
Compatriotas, sem que encare­mos e nos envergonhemos do bu­raco em que estamos metidos, mais complicado será ganharmos digni­dade e vivermos com dignidade.
Fechar as linhas de pas­se dos abutres é tarefa de to­dos nós. (Noé   Nhantumbo)
CANALMOZ – 01.03.2017

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