Canal de Opinião por Adelino Timóteo
Estou a pensar nos preços de combustíveis que subiram porque o volume dos caudais dos rios também subiu. Estou a pensar nos caudais dos rios que subiram, porque os preços dos produtos de primeira necessidade subiram exponencialmente em Dezembro. Estou a pensar nas inundações de grandes proporções que avassalam a cidade da Beira, fazem jus ao facto de que as valas de drenagem não as conseguem conter, da mesma forma que o Governo não consegue conter a subida dos preços de gasolina, petróleo e diesel, não consegue conter o apetite de dirigentes que saqueiam do erário público. Estou a pensar que tudo isso tem casualidade com o princípio de vasos comunicantes, ao efeito cascata e dominó do incumprimento contratual da prestação das dívidas escondidas, junto dos credores, que também continuam a subir, uma vez que em Janeiro o Governo não conseguiu pagar o crédito da EMATUM, e mais uma vez agora se mostra de mesma forma incapaz de pagar o da Proindicus.
Estou a pensar que nada vem só. Com as inundações subirão os casos das doenças diarreicas, como a cólera, óbitos causados por essa e a malária, que não conseguiremos conter, porque somos um país impotente.
E porque nenhuma desgraça vem por si só, nos mercados Dumba-nengue e Tchunga-moyos, as mamanas afinam os copitos de tábua e de vidro de medidas tradicionais de venda a atado, as chamadas "mazumana haleno” e “amagumba haleno", armam as tampinhas de medição de óleo avulso, porque há que encontrar uma forma de inalar o oxigénio que falta em todo o lado. Uma forma de desenrascar quando se está à rasca.
Mais porque não há bela sem senão, as tréguas subiram de duas para três assim proporcionaram-nos com mais um copinho de trégua depois outra, depois outra ainda» adiante mais uma colherinha de mel.
Também, com esse advento, os mukheros (os que se dedicam ao comércio transfronteiriço) subiram, subiu o índice de refugiados económicos, daí o motivo por que os irmãos sul-africanos se mostram xenófobos, para construírem um muro na fronteira comum entre nós e eles, seguindo o repto de Donald Trump.
Tudo está a subir. O desemprego subiu. O número de empresas que se fecham diariamente, por insolvência e pela actividade da INAE, subiu. Os sequestros tendem a subir. A temperatura subiu e vem aí o inverno rigoroso.
Este é o País das Tréguas, mas contra o custo de vida e o aperto do cinto o Governo e a Renamo não decretam tréguas, asfixiando o povo cada vez mais empobrecido. Ninguém se postula a declarar trégua zero às anófeles e ao vibrião colérico. Estamos sempre a subir de caudal. Daqui a pouco os salários vão subir, mas continuarão incompatíveis para comprarmos os "montinhos” de peixe seco, de camarão fino, de "mazumana haleno". Sobem os decibéis de apelo à paz efectiva, à descentralização.
E ainda continuaremos a dizer que este é o País das Tréguas, mesmo que no cinto não caiba espaço para fazer uma única ranhura. (Adelino Timóteo)
CANALMOZ – 22.03.2017
Também, com esse advento, os mukheros (os que se dedicam ao comércio transfronteiriço) subiram, subiu o índice de refugiados económicos, daí o motivo por que os irmãos sul-africanos se mostram xenófobos, para construírem um muro na fronteira comum entre nós e eles, seguindo o repto de Donald Trump.
Tudo está a subir. O desemprego subiu. O número de empresas que se fecham diariamente, por insolvência e pela actividade da INAE, subiu. Os sequestros tendem a subir. A temperatura subiu e vem aí o inverno rigoroso.
Este é o País das Tréguas, mas contra o custo de vida e o aperto do cinto o Governo e a Renamo não decretam tréguas, asfixiando o povo cada vez mais empobrecido. Ninguém se postula a declarar trégua zero às anófeles e ao vibrião colérico. Estamos sempre a subir de caudal. Daqui a pouco os salários vão subir, mas continuarão incompatíveis para comprarmos os "montinhos” de peixe seco, de camarão fino, de "mazumana haleno". Sobem os decibéis de apelo à paz efectiva, à descentralização.
E ainda continuaremos a dizer que este é o País das Tréguas, mesmo que no cinto não caiba espaço para fazer uma única ranhura. (Adelino Timóteo)
CANALMOZ – 22.03.2017
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