segunda-feira, 13 de março de 2017
Parece que nos próximos dias o diálogo será renhido e há indicações de que as coisas vão decorrer de forma satisfatória, a julgar pelas declarações construtivas do major general Alberto Joaquim Chipande na Beira mas vamos esperar para ver já que a ala machangana da frelimo liderada por Guebuza ainda tem muito poder para desbaratar qualquer iniciativa dos macondes.
Porque a ala Guebuza é que têm muito a perder com um possível acordo de paz porque para além de ser responsável pelas dívidas escondidas, o Guebuza é proprietário/accionista de muitas empresas a operar nas regiões centro e norte, entre as quais a Cornelder e a empresa de pescas Mavimbi ("ondas"), que varreu os ecossistemas marinhos do banco de Sofala.
No assunto das dívidas ocultas, o Chipande e o Nyusi apenas se aproveitaram para "comer", não são responsáveis pela contracção da dívida, a dívida foi contraída pela ala sulista onde pontificam o Guebuza, Manuel Chang e Ernesto Gove. Então, a ala sulista sempre foi agitando os macondes para continuar com a guerra e o caos para assim continuar impune.
Mas queremos acreditar que desta vez as coisas poderão andar porque o líder da renamo cumpriu com a principal exigência da frelimo, que é a cessação das hostilidades em todo território nacional. Porque a frelimo mobiliza vai todos os grandes investidores europeus, americanos e africanos e culpa a renamo como a responsável pelos problemas no país. É inteligente e estrategicamente Dhlakama decidiu conceder uma trégua unilateral que surpreendeu o mundo.
Agora Dhlakama está a exigir a regularização da crise pós - eleitoral despoletada pela escandalosa fraude da frelimo nas eleições gerais de 2014 e o cumprimento do acordo de paz de 1992. Dhlakama também exige a democratização através da aprovação da lei de descentralização da administração pública e das finanças provinciais. Quer que os governadores sejam eleitos pelo povo.
Dhlakama quer que o maior bolo das receitas fique nas províncias, quer que haja o desenvolvimento económico, justiça e liberdade de circulação e de expressão. Quer que as instituições públicas como as forças de defesa e segurança, a procuradoria e os tribunais não sejam manipulados por partidos políticos no poder e que funcionem ao serviço do povo e não para proteger a elite corrupta e criminosa como tem acontecido neste país. Dhlakama quer que hajam eleições livres e transparentes, não como tem acontecido em Moçambique, onde a frelimo através do STAE e o uso abusivo de forças armadas, tem feito fraudes grotescas e vicia os resultados ao seu bel-prazer.
Por falar no STAE, sabe - se que neste momento a frelimo está empenhada na preparação de esquemas de fraudes e quero acreditar que os representantes e técnicos da renamo nos órgãos eleitorais não estejam a comer maçaroca, do contrário o partido renamo deve sanear a todos, a começar pelo Fernando Mazanga e o Salomao Moiane, este último recebeu um suborno de 17 milhões da rands para trair a renamo nas eleições de 2014.
Voltando ao assunto das negociações, dizer que desta vez a ala maconde da frelimo deve fazer história e passar a ser reconhecida como a pacificadora de Moçambique. É vergonhoso em pleno século 21 um tribo forte e aguerrida como os macondes ser manipulada por uma outra tribo "fraca". Com o advento do gás em Cabo Delgado, os macondes/macuas/kimuanhes devem transformar Pemba e Palma em metrópoles sofisticadas. Invistam nas vossas terras meus caros. Mudem de mentalidade. 112 triliões de pés cúbicos é muito gás meus caros e Cabo Delgado é lindo!
Julgamos que é momento de alguns frelimistas redimirem se dos seus erros do passado e reconciliar se com o povo moçambicano e sobretudo com Deus. Nunca é tarde para se arrepender e Deus perdoa a todos os que se arrependem e a melhor forma de se arrepender é fazer o bem.
Porque ninguém é eterno neste mundo e tarde ou cedo estaremos perante Deus e aí "haverá pranto e ranger de dentes", parafraseando Jesus Cristo.
Unay Cambuma
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