"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



sábado, 11 de março de 2017

"A garantia presidencial muda muita coisa em Simango, incluindo o direito de não reivindicar assento nas negociações"


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Bate-fundo por salvador raimundo
ESTÁ mudado Daviz Simango. Muito mudado mesmo. Esta semana, Simango esteve em destaque, por ocasião do Dia Internacional da Mulher.
Para quem estava à espera de um presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) crítico relativamente ao momento em que o país se encontra mergulhado, enganou-se redondamente.
Faz parte do passado aquele discurso absolutamente de afronta, criticando a torto e a direito o modo como o processo de pacificação está a ser conduzido por Filipe Nyusi e Afonso Dhlakama, por entender que o mesmo devia ser alargado a outras forças vivas da sociedade e da política activa, mas essencialmente com o envolvimento directo do MDM.
Afinal, diria o homem, o MDM é a terceira força política deste país, ainda por cima com assento parlamentar, coisa que não é para todos.
Daviz Simango também não deixava claro a necessidade de serem operadas mexidas constitucionais, que permitam a eleição dos governadores provinciais e a diminuição de poderes da figura do presidente da República.
Ao contrário do que nos habituara, Daviz Simango, desta vez, não nos abrilhantou com aquele seu sotaque…crítico, deixando antever uma brusca mudança de estratégia.
Para os menos atentos, esta mudança coincide com a recente audiência que o presidente Filipe Nyusi lhe concedeu, após a qual, Simango revelou ter recebido a garantia de que teria acesso, em exclusivo, ao desenrolar de todos os acontecimentos relativos à negociação visando paz efectiva e durável em Moçambique.
Cada passo dado nas negociações já em curso, Daviz Simango recebe relatório daquilo que acontece ou deixa de acontecer entre os grupos indicados por Nyusi e Dhlakama.
É por isso que Simango já não anda por aí a vociferar contra Nyusi e Dhlakama, do ponto de vista de estratégia por estes seguida, incluindo falta de seriedade nos contactos telefónicos que os dois líderes realizam, dizendo, Simango, antes da audiência, diga-se, que tal não passava de uma espécie de entretenimento, ou algo parecido.
A garantia presidencial muda muita coisa em Simango, incluindo o direito de não reivindicar assento nas negociações.
Os mais cépticos dirão. Mas que frangote…
Alberto Bengala é um militante da Renamo residente em Honde, distrito de Báruè, em Manica.
Há dias, o homem foi indicado representante do partido naquele posto administrativo, mas acabando vaiado e de paradeiro desconhecido, juntamente com quem o acompanhava antes de serem recebidos pelo chefe do posto administrativo.
Em causa, a acusação de que teria servido de informante da Renamo para ataques ao posto, daí o ajuste de contas.
Episódios evitados de forma espectacular após Roma 92, mercê da sensibilização realizada pela Frelimo, de não retaliação.
Ora, isso está ainda em falta neste momento, o que augura momentos difíceis.
EXPRESSO – 10.03.2017

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