09/03/2017 21:47
A empresa italiana de energia ENI anunciou a assinatura de um acordo de compra e venda com a norte-americana ExxonMobil. A Mobil pagará 2,8 biliões de dólares por uma participação de 25 por cento na área 4 da Bacia do Rovuma, norte de Moçambique, rica em gás natural.
A aquisição será concluída após a satisfação de uma série de condições, incluindo a autorização do Governo de Moçambique e outras autoridades reguladoras, segundo disse o Administrador Delegado da ENI, Claudio Descalzi, citado por um comunicado de imprensa conjunto da ENI e ExxonMobil. Caso o negócio se concretize, os cofres do Estado moçambicano deverão receber vários milhares em mais-valias.
A ENI controla uma participação indireta de 50% na Área Offshore Quatro, de propriedade da ENI-East Africa, que detém 70% da concessão. Os 20% restantes mantidos através da ENI-East Africa pertencem à empresa chinesa CNPC. Os outros três parceiros, com dez por cento cada, são a Galp Energia de Portugal, a Kogas e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos de Moçambique (ENH).
'Este acordo representa a evidência material da nossa estratégia de exploração baseada na monetização antecipada das nossas descobertas, como parte de nosso modelo de 'exploração dupla'. Através desta estratégia, a ENI conseguiu arrecadar mais de 9 biliões de dólares nos últimos quatro anos. Para além disso, o acordo confirma a qualidade mundial, o potencial de produção, a robustez técnica e financeira de todo o projeto ', sublinhou Claudio Descalzi.
Por sua vez, Darren W. Woods, Presidente do Conselho de Administração e Administrador Delegado da ExxonMobil, afirmou que esta é uma aquisição importante para o 'portfolio' de desenvolvimento global da empresa.
"Este investimento estratégico vai permitir que a liderança e experiência da ExxonMobil em GNL (gás natural liquefeito) apoie o desenvolvimento dos abundantes recursos de gás natural em Moçambique. A nossa liderança na execução de projetos, as tecnologias avançadas, a capacidade financeira e a capacidade de marketing ajudarão a fornecer energia confiável acessível aos nossos clientes e ao mesmo tempo criar valor econômico de longo prazo para a população de Moçambique, para os parceiros do projecto e para os accionistas da ExxonMobil", disse Woods.
Estão previstos planos para a instalação de uma unidade flutuante de produção do gás natural liquefeito na Área Quatro acima do campo de gás de Coral Sul. Até agora, o consórcio investiu cerca de USD 2,8 biliões na Área Quatro, e estima-se que o projeto custará mais oito biliões de dólares.
A produção de GNL deverá ter início em 2022. No entanto, a decisão Final de Investimento não pode ocorrer até que a empresa chinesa CNPC se comprometa com o investimento (todos os outros parceiros já aprovaram a sua participação no investimento).
O bloco de águas profundas da Área 4 contém reservas estimadas em 85 triliões de pés cúbicos de gás natural. AIM
Sem comentários:
Enviar um comentário