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sexta-feira, 3 de março de 2017

Gasolineiras aflitas avisam Governo que haverá ruptura no abastecimento de combustível


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Gasolineiras dizem que já não aguentam mais suportar as diferenças no preço de compra de combustíveis
Três semanas depois de várias províncias do país terem registado escassez de combustíveis, a Associação Moçambicana de Empresas Petrolíferas (Amepetrol) vem avisar que Moçambique corre risco de registar uma ruptura de stock de gasolina e diesel, caso não se mude o actual sistema de compensação dos preços praticados no país. Em carta dirigida ao primeiro-ministro, as gasolineiras dizem que já não aguentam mais suportar as diferenças no preço de compra de combustíveis no mercado internacional com o preço convertido para metical em Moçambique.
As gasolineiras acusam o Governo de estar a demorar atribuir as compensações, o que cria problemas na tesouraria das empresas, sobretudo, porque o mercado moçambicano está a consumir quantidades de combustível muito acima do que consumia nos anos passados.
Na carta, as gasolineiras falam de perdas acumuladas, de Junho de 2016 a esta parte, na ordem de 70 milhões de dólares, que devem ser pagos pelo Estado moçambicano, sendo que o valor tem subido entre sete a dez milhões de dólares por mês, devido ao aumento do preço dos combustíveis no mercado internacional.
“A descapitalização actual das empresas resulta, em grande parte, da falta de actualização dos preços dos combustíveis, situação que, até esta data, já originou para a indústria um crédito de no valor aproximado de 70 milhões de dólares, a ser pago pelo Estado. Estimamos que actualmente esse valor esteja a ser acrescido de sete a dez milhões de dólares por mês, valor que ainda pode aumentar, caso os preços no mercado mundial continuem com a tendência de subida que se tem vindo a verificar de alguns meses a esta parte”, lê-se na missiva das distribuidoras de combustíveis.
Numa carta enviada, com o conhecimento da ministra dos Recursos Minerais e Energia e o director nacional de Hidrocarbonetos, as gasolineiras dizem ser urgente que o Governo mude o actual sistema de subsidiação dos preços, pois, se isso não acontecer, corre-se o risco de se ver o colapso da indústria petrolífera moçambicana. 
“Face ao acima descrito, realçamos o carácter absolutamente imprescindível e urgente de se alterar o actual sistema de subsidiação, acabando em definitivo com o sistema de compensações de preços. A manutenção do actual sistema por algum tempo pode colapsar toda a indústria e colocar em causa a sustentabilidade económica do país. 
Comparando os preços praticados nos países vizinhos, as gasolineiras mostram que Moçambique pode estar a subsidiar alguns Estados nos combustíveis, pois chegam a praticar quase o dobro do preço da gasolina e do gasóleo praticado no país.
O PAÍS – 03.03.2017

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