A delegação  da Renamo na comissão mista de preparação do encontro entre o Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, e o líder do principal partido da oposição, Afonso Dhlakama, não compareceu na tarde de ontem ao encontro que estava previsto com os mediadores do diálogo político para a paz.
Pelo menos até ao fecho da presente edição, eram desconhecidas as razões da ausência da delegação da Renamo. O encontro estava previsto para as 16 horas de ontem e o Padre Ângelo Romano, que integra a equipa dos mediadores, disse a jornalistas que a qualquer momento se aguardava a comparência da Renamo para a entrega do documento contendo a sua fundamentação relativamente à exigência de governar as seis províncias do país onde diz ter ganho nas eleições gerais de 2014.
Segundo Ângelo Romano, logo que a Renamo procedesse à entrega do documento em causa, os mediadores teriam um encontro de concertação entre si e que a auscultação à delegação deste partido sobre os fundamentos nele arrolados estaria marcada para a manhã de hoje.
Na manhã de ontem, a equipa indicada pelo Presidente da República para a comissão mista defendeu junto dos mediadores os argumentos contidos na sua proposta para se ultrapassar as diferenças de posições quanto à governação pela Renamo das seis províncias. À saída do encontro, tanto os mediadores como a delegação governamental não falaram à comunicação social.
A proposta do Governo contém “fundamentação adequada”, tanto para a sua posição em relação ao assunto “governação das seis províncias”, como para os restantes três pontos que constituem a agenda acordada para o encontro entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama.
Um dos argumentos do Executivo é que, efectivamente, a Renamo não ganhou nas seis províncias como alega, a exemplo de Nampula.
O Governo sustenta ainda que o processo de descentralização poderá ser aprofundado, visando a acomodação da eleição directa ou indicação de governadores provinciais. Entretanto, segundo defende, este exercício implicaria a alteração de alguns comandos da Constituição da República, da lei dos órgãos locais do Estado, da lei de organização e funcionamento da Administração Pública, da lei das finanças provinciais, entre outras.
Este processo seria levado a cabo até às próximas eleições e a sua implementação no próximo mandato.
No que diz respeito à cessação de hostilidades militares, sabe-se que a Renamo impõe como condição a retirada das Forças de Defesa e Segurança (FDS) de Gorongosa, onde se encontra o seu líder.
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