14/10/2017
EUREKA por Laurindos Macuácua
Cartas ao Presidente da República (71)
Bom dia, Presidente. Ainda no rescaldo do recente conclave? Vou apenas tecer algumas linhas. É que até aqui ainda me custa perceber porque cargas de água um presidente sem obra feita foi eleito com quase 100 por cento de votos. Isto devia envergonhar até a quem foi eleito.
É que duvido que os quase 100 por cento que o presidente obteve documentem a coesão da Frelimo. Esta unanimidade é doentia. Não pode, de nenhum modo, ajudar o País. De partidos assim poucos precisam. Sinceramente, a Frelimo - agindo assim - faz mal ao povo moçambicano, à democracia. A Frelimo só pode ser tábua de salvação para aqueles que têm uma constituição físio-psicológica tão doente. Esses, sem dúvidas, precisam da Frelimo. É a sua religião. Algumas pessoas precisam realmente de venenos.
Para essas pessoas, a Frelimo é a verdade única e definitiva. Depois da Frelimo, não existe nada. É triste, mas é a realidade deste meu Moçambique.
Tudo o que disse à introdução motiva isto: a não publicação, até aqui, do relatório integral da Kroll. E ninguém no Congresso falou disso. Não sei o que efectivamente discutiu-se lá. Isto leva a crer que aquela magna reunião do partidão, não passou de uma farsa política. O Governo de Filipe Nyusi, na verdade, não quer a divulgação do relatório da Kroll.
A pergunta é: de que tem medo?
Ou seja, até que ponto posso acreditar em um Governo que, para defender os seus interesses, adia o relançamento do programa de apoio por parte do FMI? Moçambique, enganem aos incautos, não tem dinheiro. E para tê-lo, tem que ceder às exigências do FMI: transparência total.
Se este país, no lugar de eleitores tivesse cidadãos, a Frelimo não passava no próximo escrutínio. A Frelimo é como a religião, ambas são más. E são as que mais mentem ao povo prometendo uma salvação que jamais existirá.
Será que estamos na Coreia do Norte?!
A unanimidade que se assistiu naquela farsa política, que preferiram chamar de Congresso, cristaliza que os membros seniores do partido estão em permanente sobressalto. Suas Excelências vivem sob o dissimulado temor de serem repentinamente atingidos pelo raio da justiça. Isto é natural em ambientes povoados por suspeitos, reagem com alarido sempre e quando imaginam sentir a aproximação da espada da lei. Dai a necessidade de se unirem.
Desenganem-se os que pensam que na Frelimo reina tranquilidade. O partido está em permanente alarido que só guarda semelhança com o súbito pavor dos suspeitos quando ouvem soar a sirene de uma viatura policial.
O pior pesadelo deste País é legitimar gatunos, é aceitar ser espezinhado por um grupo só porque libertou-o do jugo colonial português.
Estamos independentes há 42 anos, mas ainda não somos livres!
DN – 13.10.2017
Se este país, no lugar de eleitores tivesse cidadãos, a Frelimo não passava no próximo escrutínio. A Frelimo é como a religião, ambas são más. E são as que mais mentem ao povo prometendo uma salvação que jamais existirá.
Será que estamos na Coreia do Norte?!
A unanimidade que se assistiu naquela farsa política, que preferiram chamar de Congresso, cristaliza que os membros seniores do partido estão em permanente sobressalto. Suas Excelências vivem sob o dissimulado temor de serem repentinamente atingidos pelo raio da justiça. Isto é natural em ambientes povoados por suspeitos, reagem com alarido sempre e quando imaginam sentir a aproximação da espada da lei. Dai a necessidade de se unirem.
Desenganem-se os que pensam que na Frelimo reina tranquilidade. O partido está em permanente alarido que só guarda semelhança com o súbito pavor dos suspeitos quando ouvem soar a sirene de uma viatura policial.
O pior pesadelo deste País é legitimar gatunos, é aceitar ser espezinhado por um grupo só porque libertou-o do jugo colonial português.
Estamos independentes há 42 anos, mas ainda não somos livres!
DN – 13.10.2017
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