quinta-feira, 8 de agosto de 2019
O nosso conceito de dignidade é problemático!
Para uns, dignidade é viver a boa e a francesa às custas do Estado, até pagar empregadas domésticas, mesmo depois de deixarem os cargos públicos.
Para outros, é fazer arranjos: transformar autocarros parados por avaria em salas de aula, melhorar o "my love"-diga-se, uma solução do povo para a falta de transponte público, colocando cadeiras de ferro e uma cobertura.
Acabo de ouvir um senhor da Agência Metropolitana de Maputo a falar na Rádio, dizendo que os "mylove" melhorados são uma solução encontrada para responder às necessidades dos que vivem em zonas onde os autocarros não chegam.
Para uns, dignidade é viver a boa e a francesa às custas do Estado, até pagar empregadas domésticas, mesmo depois de deixarem os cargos públicos.
Para outros, é fazer arranjos: transformar autocarros parados por avaria em salas de aula, melhorar o "my love"-diga-se, uma solução do povo para a falta de transponte público, colocando cadeiras de ferro e uma cobertura.
Acabo de ouvir um senhor da Agência Metropolitana de Maputo a falar na Rádio, dizendo que os "mylove" melhorados são uma solução encontrada para responder às necessidades dos que vivem em zonas onde os autocarros não chegam.
A intensão é boa, mas a forma é bem off. O senhor falou de dar dignidade às pessoas, sobretudo às mulheres. Sério? Andar numa via cheia de solavancos sentada numa cadeira de ferro? Excia, pode experimentar?
Ora, antes de "inventar" soluções vamos fazer algumas reflexões. Porque os autocarros não chegam nessas zonas? Alguém ontem falou de zonas de difícil acesso. Que bicho é esse tal de "difícil acesso" que não pode tratado?
Se as zonas são de difícil acesso é porque não há estrada como deve ser. A solução não seria pôr estrada para chegar o transporte público? Lembro-me daquela zona onde se construiu uma parte da circular, magoanine, albazine, guava, etc, não havia nem um chapa, hoje abundam. Portanto, conhecemos o pin. O problema é que sempre queremos comecar da morte. Note-se que os problemas daquelas zonas de difícil acesso não são de hoje. E há muito que poderiamos ter encontrado uma solução de longo prazo e de facto digna para aquelas populações. Não me falem de falta de dinheiro, porque mesmo sem dinheiro, os benefícios para a nossa elite não cessaram. O problema verdadeiro são as prioridades.
Transporte digno para as pessoas é um transporte normal e confortável e não arranjos despachados, para tapar os olhos do nosso empobrecido povo, que, pela sua bondade, continua a acreditar que há esforços verdadeiros para mudar a sua vida.
Tenhamos vergonha na cara. Ponham estrada e transporte digno para as pessoas e párem com brincadeiras.
Ja agora, quem forneceu os tais mylove melhorados? Lançaram concurso ou tudo foi feito ao modo metrobus? Se for ao modo metrobus, só posso concluir que há un espertinho com boas relações no governo, que viu no "negócio" dos "operadores de "mylove" uma oportunidade de ficar com tudo para ele só por causa dos bancos de ferro e ainda vai ganhar dinheiro público. E como aqui basta rolarem comissões para os facilitadores dos negócios, empacotaram bem os mylove melhorados e venderam para sociedade.
Ps: Tenham mesmo paciência com "os de Maputo", na verdade confiem em nós que não só vivemos em Maputo, como somos moçambicanos e temos interesse no nosso país e vamos combater todas as formas de embrutecimento colectivo. Uma vez que estamos próximo do "poder" e da democracia, não vamos deixar que estes tipos gozem connoco, que usem o poder que lhes demos para nos humilharem. Confiem em nós.
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