O Governo moçambicano avançou aos credores da sua dívida externa que está sem capacidade de pagamento em 2017 e pediu uma solução urgente, alertando que o adiamento das negociações pode prejudicar todos os interessados.
“A deterioração da situação macroeconómica e fiscal em Moçambique deixa o Governo sem capacidade de fazer pagamentos a credores comerciais externos em 2017 e muito pouca capacidade de fazer pagamentos até 2022, mesmo num cenário otimista”, disse o Ministério da Economia e Finanças, Adriano Maleiane.
O Governo de Moçambique assumiu, a 25 de outubro passado, incapacidade financeira para pagar as próximas prestações dos seus encargos com os credores, defendendo uma reestruturação dos pagamentos e uma nova ajuda financeira do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O pedido de reestruturação diz respeito aos encargos da estatal Empresa Moçambicana de Atum (Ematum), uma das beneficiadas pelo escândalo das dívidas escondidas e que já tinha sido alvo de uma conversão, há sete meses, dos seus encargos em títulos da dívida moçambicana, no valor de 727 milhões de dólares (652 milhões de euros).
Em resposta, um grupo de credores, representando a maioria dos detentores da dívida de Moçambique, avisou que não tenciona aceitar a reestruturação dos pagamentos, pelo menos até ao fim de uma auditoria internacional independente, que tem um prazo de 90 dias.
Na declaração, com data de segunda-feira, o Governo moçambicano começava por dizer que regista a constituição na semana passada do grupo de titulares da dívida e refere que o reatamento da ajuda do FMI é uma “peça essencial” para reequilibrar as contas públicas e recuperar a confiança de outros parceiros externos e investidores estrangeiros.
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