O roubo ocorreu quando a embarcação estava na franquia, próximo da Praia-Nova, a uma milha do Porto da Beira, centro de Moçambique.
O Diário de Moçambique soube que a invasão ao barco registou-se por volta das 2:00 horas de madrugada, no período em que aguardava autorização para atracar no Porto de Pesca da Beira, daí a sua permanência temporária na franquia, a pouco mais de um quilómetro do ancoradoiro.
As vítimas estão fora de perigo, depois de terem sido assistidas numa clínica privada. Um dos espanhóis feridos é o comandante do barco, segundo garantiu uma fonte contactada para se pronunciar sobre este incidente.
Presume-se que os objectivos dos assaltantes fossem diferentes dos protagonizado por piratas somalis em Dezembro de 2010, os quais fizeram reféns todos os tripulantes do Vega 5, de nacionalidades moçambicana e espanhola.
Os assaltantes que quarta-feira invadiram o barco denominado Pescamar 9, usaram uma embarcação pequena, tipo chata. Surpreenderam os marinheiros moçambicanos e espanhóis. Primeiro introduziram-se no pesqueiro e, imediatamente, desataram a agredir todos os que estavam a bordo, antes de arrombar o porão. Consumado o roubo, puseram-se em fuga, usando o seu minúsculo transporte marítimo.
O comandante do navio sofreu uma pancada na cabeça, tendo perdido os sentidos no local. Por isso teve que ser reanimado. Mas tanto ele como os demais marinheiros, depois da assistência na clínica, tiveram alta.
A Administração Marítima de Sofala disse ter-se tratado da primeira em vez que um navio sofre assalto na zona de franquia. Tudo está sendo feito, visando identificar os autores do crime, para serem responsabilizados.
A Polícia de Protecção Costeira, Lacustre e Fluvial também confirmou o incidente e garantiu que decorrem diligências visando a captura dos assaltantes e esclarecimento do caso, tendo dito que detalhes sobre o caso seriam fornecidos pelo comando provincial da Polícia de Sofala.
A Praia-Nova é uma zona de grande concentração de pescadores artesanais, mas, até ao assalto ocorrido quarta-feira, nunca se tinha reportado um roubo de pescado à mão armada. Os poucos casos que ocorrem são de furto de combustível das embarcações.
Conforme foi referido, o primeiro caso que causou uma grande preocupação nacional e internacional envolveu mais de 20 tripulantes da embarcação Vega 5, da mesma empresa, os quais foram sequestrados e permaneceram com os piratas somalis até ao seu resgate, com a participação da marinha Indiana, três meses depois.
Dos marinheiros, sete foram dados como desaparecidos durante a operação que restituiu à liberdade o grupo. O Vega 5 ficou destruído e durante o tempo em que permaneceu com os piratas, o pesqueiro foi usado para novos sequestros. Foi numa dessas acções que a marinha indiana a visualizou no alto mar.
A direcção da empresa Pescamar prometeu pronunciar-se sobre o assunto hoje. O facto de o assalto ter ocorrido praticamente na costa, a pouco mais de um quilómetro do Porto da Beira, leva a que se avente a hipótese de os protagonistas poderem ser pequenos grupos que tentam passar de ladrões de combustível para produtos pesqueiros, podendo envolver moçambicanos.
FF
AIM – 04.11.2016 NOTA: Roubar peixe para levar num “barco minúsculo”? Estão a enganar quem?
Fernando Gil
EY: Os barcos da dívida soberana para defesa marítima estavam ou estão aonde?
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