"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Já começaram a “soltar” os assassinos do procurador Vilanculos


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Motorista da viatura do bando evadiu-se no dia 24 de Outubro
Abdul Afonso Tembe, um dos três acusados de participa­ção no assassinato do Procurador Marcelino Vilanculos, desapareceu misteriosamente das celas da Cadeia Central de Maputo, numa operação que cheira à uma tentativa de baralhar a investigação que deve culminar com o esclarecimento cabal das cir­cunstâncias em que o magistrado foi barbaramente assassinado.
Segundo soube o mediaFAX de fonte próxima ao processo, Abdul Tembe, que no dia do assassinado de Marcelino Vilanculos (11 de Abril) conduzia a viatura que levava o resto da quadrilha assassina, desapareceu das celas na noite do dia do temporal (24 de Outubro) que se abateu sobre a cidade e província de Maputo.
O foragido, inicialmente estava detido nas celas do Comando da Ci­dade de Maputo (comparativamente tidas como seguras), mas, por su­posta necessidade de preservar a sua integridade física de Abdul Tembe, este foi transferido, num processo nada consensual, para as celas da Cadeia  Central de Maputo (tidas como menos seguras comparando com as da BO e do Comando da Cidade).
O que se diz é que o acusado vinha sendo ameaçado de morte por outros integrantes do bando assassino. Estava, supostamente, a ser coagido pelos com­parsas e, não só, a alterar os pronuncia­mentos feitos na instrução preparatória, no âmbito da preparação da instrução contraditória.
A suspeita de a fuga ter sido prepa­rada por um grupo alargado ganha corpo quando se sabe que os investigadores do processo ao nível da Polícia de Investi­gação Criminal da província de Maputo só foram informados da fuga de um dos reclusos na segunda-feira (28), quando, pela sensibilidade do assunto, devessem ter sido imediatamente colocados a par da fuga.
Os restantes co-réus do bando as­sassino, nomeadamente Amade António e José Aly Coutinho continuam encarce­rados nas celas do Comando da Cidade.
São estes dois (e as ligações externas que o processo tem) que, segundo se diz, estavam a coagir ao fugitivo para alterar o teor dos pronunciamentos da instrução preparatória.
Aliás, a Procuradoria-Geral da República já tinha adiantado, aquando da acusação formal dos três detidos, que o assassinato de Marcelino Vilanculos tinha mais gente envolvida, daí que o processo investigativo visando responsabilizar também os outros integrantes do bando continuava em curso.
A direcção do estabelecimento penitenciário provincial de Maputo já confirmou a evasão do acusado, ten­do prometido trabalhar no sentido de apurar as reais circunstâncias da fuga, particularmente no sentido de se saber quem facilitou a saída de Abdul Afonso Tembe das celas.
Por seu turno, o Comando da Polícia da República de Moçambique também se pronunciou sobre o assunto, tendo o porta-voz, Inácio Dina, assegurado que tudo seria feito no sentido de se garantir que o evadido seja devolvido ao local de onde nunca deveria ter saído. Nas cerimónias fúnebres, recorde-se, os parentes de Marcelino Vilanculos criticaram duramente o governo moçambicano pelo facto de não ter assegurado condições de segurança a um magistrado que tinha, em sua posse, diversos casos quentes, dos quais casos relacionados com raptos e exigência de resgates chorudos.
(Ilódio Bata e redacção)
MEDIAFAX – 02.11.2016

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