Por Marcelo Mosse - Publisher
Reservas sobre João Figueiredo e interrogações sobre quem vai tapar o buraco...
Qualquer que seja o mérito da intervenção do Banco de Moçambique no Moza Banco, está a suscitar um certo torcer de narizes nos corredores da finança local: a indicação de João Figueiredo não caiu lá muito bem. Principalmente porque ele é accionista de um banco (o Banco Único) que concorre para destronar o Moza do seu estatuto de quinto maior banco de Moçambique. O Único é sexto do ranking. E chegou a sexto dois anos depois de ter sido fundado e dirigido por Figueiredo em 2011, quando ele terminou uma longa passagem pelo BIM. Em 2015, o Nedbank (sul africano) passou a controlar 36% do Único e Figueiredo saiu.
Uma fonte bem colocada no sector diz que o facto de ele continuar a ser accionista do Único não levanta questões de conflito de interesse. Isso só se colocaria, assevera a fonte, se ainda fizesse parte dos órgãos sociais do Único. Seja como for, a questão que se levanta nos corredores eh: como é que um accionista de um banco vai administrar outro banco concorrente que deve ser vendido?
Qualquer que seja o mérito da intervenção do Banco de Moçambique no Moza Banco, está a suscitar um certo torcer de narizes nos corredores da finança local: a indicação de João Figueiredo não caiu lá muito bem. Principalmente porque ele é accionista de um banco (o Banco Único) que concorre para destronar o Moza do seu estatuto de quinto maior banco de Moçambique. O Único é sexto do ranking. E chegou a sexto dois anos depois de ter sido fundado e dirigido por Figueiredo em 2011, quando ele terminou uma longa passagem pelo BIM. Em 2015, o Nedbank (sul africano) passou a controlar 36% do Único e Figueiredo saiu.
Uma fonte bem colocada no sector diz que o facto de ele continuar a ser accionista do Único não levanta questões de conflito de interesse. Isso só se colocaria, assevera a fonte, se ainda fizesse parte dos órgãos sociais do Único. Seja como for, a questão que se levanta nos corredores eh: como é que um accionista de um banco vai administrar outro banco concorrente que deve ser vendido?
Pode ser que do ponto de vista estritamente legal não haja qualquer entrave mas há quem coloque reservas de ordem ética e moral, estabelecendo esta nomeação como "infeliz". Não se coloca aqui em causa suas credenciais de gestor competente. Ele deu cartas por onde passou. Figueiredo foi eleito o melhor CEO de África, na categoria de Banqueiro Africano do Ano 2013, no âmbito do “African Bank Awards 2013”.
Mas levanta-se um debate sobre um certo potencial inside trading.
Mas levanta-se um debate sobre um certo potencial inside trading.
Ok...a ver vamos...
No passado, aquando do colapso do Banco Austral, o Banco de Moçambique nomeou um técnico da Supervisão Bancária, Siba Siba Macuácua, para colocar cobro ao descalabro. Siba foi assassinato quando começou a visar os detentores do credito malparado do banco.
Figueiredo assumiu hoje as rédeas do Moza e a primeira coisa que fez foi enviar mensagens de calma e confiança a clientes e colaboradores. Ele acredita no Moza e em dar a volta a crise, como se pode ler no texto que ilustra este artigo.
A queda do Moza foi tão abrupta mas a digestão das suas causas e consequências vai levar algum tempo. Sobretudo porque o banco tem um enorme buraco e o mandato de Figueiredo é o de o vender. Mas por regra, para que essa venda seja feita, alguém vai ter de tapar esse buraco. Quem? O Estado? Eis a questão.
E o contexto actual difere do contexto em 2002/2003, em que o Estado recapitalizou o Banco Austral para ele poder ser vendido ao ABSA. Na altura, os doadores fecharam os olhos e permitiram que parte do Orçamento do Estado, que eles apoiavam, fosse drenada para tapar o buraco do Austral. E hoje?
No passado, aquando do colapso do Banco Austral, o Banco de Moçambique nomeou um técnico da Supervisão Bancária, Siba Siba Macuácua, para colocar cobro ao descalabro. Siba foi assassinato quando começou a visar os detentores do credito malparado do banco.
Figueiredo assumiu hoje as rédeas do Moza e a primeira coisa que fez foi enviar mensagens de calma e confiança a clientes e colaboradores. Ele acredita no Moza e em dar a volta a crise, como se pode ler no texto que ilustra este artigo.
A queda do Moza foi tão abrupta mas a digestão das suas causas e consequências vai levar algum tempo. Sobretudo porque o banco tem um enorme buraco e o mandato de Figueiredo é o de o vender. Mas por regra, para que essa venda seja feita, alguém vai ter de tapar esse buraco. Quem? O Estado? Eis a questão.
E o contexto actual difere do contexto em 2002/2003, em que o Estado recapitalizou o Banco Austral para ele poder ser vendido ao ABSA. Na altura, os doadores fecharam os olhos e permitiram que parte do Orçamento do Estado, que eles apoiavam, fosse drenada para tapar o buraco do Austral. E hoje?
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