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terça-feira, 4 de outubro de 2016

FMI revê em baixa crescimento de Moçambique para este ano


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O Fundo Monetário Internacional reviu hoje em baixa a previsão de crescimento para Moçambique, antecipando agora que a economia cresça 4,5% este ano, acelerando para 5,5% no próximo e para 6,8% em 2021.
De acordo com o World Economic Outlook, hoje divulgado, as previsões de crescimento para Moçambique representam uma degradação face à previsão de Maio, na qual os analistas do Fundo antecipavam uma expansão económica de 6% este ano e de 6,8% em 2017.
O relatório não apresenta as razões para esta deterioração nas estimativas de crescimento económico, mas a generalidade dos analistas e o próprio Governo tem apontado a descida do preço das matérias-primas, a crise da dívida escondida, a suspensão das doações internacionais e factores internos como a crise político-militar e as perturbações na produção agrícola como razões para o forte abrandamento no crescimento da economia moçambicana.
A cooperação entre as autoridades moçambicanas e o FMI e o Banco Mundial deteriorou-se em Abril, na sequência da descoberta de dívidas superiores a mil milhões de euros que o anterior governo contraiu entre 2013 e 2014 à revelia da Assembleia da República e das instituições financeiras internacionais.
Na sequência da revelação dos empréstimos, o FMI suspendeu o pagamento de um empréstimo de mais de 150 milhões de euros para Moçambique e exige a realização de uma auditoria forense para o reatamento da cooperação financeira.
As três principais agências de notação financeira desceram o 'rating' do país, tornando mais difícil o acesso aos mercados, que no Verão chegaram a cobrar juros de quase 20% pelas transacções de títulos de dívida soberana.
Moçambique enfrenta ainda uma crise económica traduzida pela descida do valor das matérias-primas de exportação, forte desvalorização do metical, subida da inflação, desastres naturais e conflito militar no centro do país.
A economia mundial deverá crescer 3,1% este ano, segundo as projecções do FMI, que antecipa uma aceleração do crescimento em 2017, para os 3,4%, uma revisão em baixa de 0,1 ponto percentual em cada ano.
A zona euro, por seu lado, deverá crescer 1,7% este ano e abrandar para os 1,5% em 2017.
SAPO  – 04.10.2016

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