O presidente da Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, Afonso Dhlakama, mostrou-se hoje confiante de que a paz seja alcançada até finais de Novembro, na sequência das negociações em curso para pôr fim à crise político-militar.
"Quero prometer ao povo que a paz será encontrada de novo, se calhar dentro de meses. Não quero acreditar que a gente passe as festas do Natal ainda com os conflitos. Acredito que até finais de Novembro, ou até meados, a paz volte para o povo em Moçambique", disse o líder da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) em declarações por telefone à Lusa.
Na semana em que se assinalou o 24.º aniversário da assinatura do acordo que pôs fim a 16 anos de guerra civil, a 4 de Outubro de 1992, Dhlakama reiterou que o chamado Acordo Geral de Paz, assinado em Roma, tem sido sistematicamente violado pelo partido no poder desde 1975, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).
"Infelizmente, tudo aquilo que havíamos acordado em Roma foi violado pela Frelimo, porque o multipartidarismo não está a funcionar bem. Já tivemos várias eleições, foram manchadas por fraude (...). Desde de 1994 até às últimas eleições de 2014, sempre houve roubos de voto, nas presidenciais e nas legislativas, e inclusive até nas autárquicas", afirmou.
Além disso, disse Dhlakama, há uma política de exclusão social - "se você não é membro da Frelimo, não é nada, é considerado estrangeiro" -, assim como "há raptos, há sequestros, há fuzilamentos, há mais pobreza (...). Falhou cem por cento o Acordo Geral de Paz".
Apesar do alegado fracasso do acordo de há 24 anos, Dhlakama acredita que as negociações em curso, que envolvem a mediação internacional, terão um resultado positivo.
Ainda assim, e apesar do optimismo, Dhlakama não aceita um cessar-fogo, previsto pela mediação internacional das negociações em curso. Para o líder da oposição, só haverá tréguas quando for assinado um acordo de paz com a Frelimo.
"Se há guerra é porque há um motivo qualquer. Primeiro encontramos a solução do problema, depois cessamos fogo de uma vez para sempre. Agora se cessarmos fogo hoje de emoção e um mês depois continuarmos, estaríamos a brincar com o povo", disse o dirigente que recusa um encontro pessoal com Filipe Nyusi nesta fase das negociações.
“É dispensado esse encontro, a não ser que seja um encontro para assinar o dossier, aquilo que aconteceu com Chissano, quando me encontrei com ele lá em Roma em 1992”, disse Dhlakama, salientando que cada uma das partes tem “representantes nas comissões”, que “estão credenciados para poderem negociar” em nome dos respectivos líderes.
Argumentou ainda que o conflito em curso é o que permite fazer avançar as negociações: "A Frelimo aceita algumas coisas (...) porque está a perder no terreno. [Se aceitarmos] agora o cessar-fogo sem acordar com a Frelimo, (...) as negociações podem até levar dois ou quatro anos porque estão a governar, já não há incómodo".
Dhlakama alertou ainda o partido no poder, que reúne este fim-de-semana o seu comité central numa sessão extraordinária, que "já não é tempo de fazer propaganda".
"O povo está a sofrer, se há guerra é porque a Frelimo tem estado a provocar a Renamo e, sejamos realistas, o país não é da Renamo, o país é do povo, não é de Guebuza, de Chissano, nem do Dhlakama e nem do Nyusi. Nós somos dirigentes. Cada um deve estar em prol dos interesses superiores deste povo".
SAPO – 07.10.2016
Além disso, disse Dhlakama, há uma política de exclusão social - "se você não é membro da Frelimo, não é nada, é considerado estrangeiro" -, assim como "há raptos, há sequestros, há fuzilamentos, há mais pobreza (...). Falhou cem por cento o Acordo Geral de Paz".
Apesar do alegado fracasso do acordo de há 24 anos, Dhlakama acredita que as negociações em curso, que envolvem a mediação internacional, terão um resultado positivo.
Ainda assim, e apesar do optimismo, Dhlakama não aceita um cessar-fogo, previsto pela mediação internacional das negociações em curso. Para o líder da oposição, só haverá tréguas quando for assinado um acordo de paz com a Frelimo.
"Se há guerra é porque há um motivo qualquer. Primeiro encontramos a solução do problema, depois cessamos fogo de uma vez para sempre. Agora se cessarmos fogo hoje de emoção e um mês depois continuarmos, estaríamos a brincar com o povo", disse o dirigente que recusa um encontro pessoal com Filipe Nyusi nesta fase das negociações.
“É dispensado esse encontro, a não ser que seja um encontro para assinar o dossier, aquilo que aconteceu com Chissano, quando me encontrei com ele lá em Roma em 1992”, disse Dhlakama, salientando que cada uma das partes tem “representantes nas comissões”, que “estão credenciados para poderem negociar” em nome dos respectivos líderes.
Argumentou ainda que o conflito em curso é o que permite fazer avançar as negociações: "A Frelimo aceita algumas coisas (...) porque está a perder no terreno. [Se aceitarmos] agora o cessar-fogo sem acordar com a Frelimo, (...) as negociações podem até levar dois ou quatro anos porque estão a governar, já não há incómodo".
Dhlakama alertou ainda o partido no poder, que reúne este fim-de-semana o seu comité central numa sessão extraordinária, que "já não é tempo de fazer propaganda".
"O povo está a sofrer, se há guerra é porque a Frelimo tem estado a provocar a Renamo e, sejamos realistas, o país não é da Renamo, o país é do povo, não é de Guebuza, de Chissano, nem do Dhlakama e nem do Nyusi. Nós somos dirigentes. Cada um deve estar em prol dos interesses superiores deste povo".
SAPO – 07.10.2016
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