24/07/2019
Em Moçambique, os cidadãos vão poder utilizar uma aplicação móvel para reportar ou ter acesso a informações relacionadas com o processo eleitoral, que culminará com as eleições gerais de 15 de outubro.
A plataforma mobile, denominada OTHANLA, uma palavra em língua macua que em português significa "escolher", foi desenvolvida pelo Centro de Apoio à Informação Comunitária, um projeto baseado na Universidade Eduardo Mondlane.
A aplicação visa promover a transparência dos processos eleitorais, permitir maior circulação de informação de interesse público e em tempo real, bem como incitar ao envolvimento do cidadão no processo legislativo.
O projeto trabalha com pontos focais espalhados por todo o país, na sua maioria compostos por voluntários de 135 rádios comunitárias. Mas qualquer eleitor pode contribuir:
"O cidadão comum também pode partilhar connosco as suas experiências sobre o processo eleitoral usando a aplicação", explica Lázaro Bamo, coordenador do projeto. "As pessoas podem encontrar na aplicação informação sobre o processo eleitoral em formato de notícia, mas também em formato de legislação."
Lázaro Bamo informa que os conteúdos disponibilizados na plataforma são publicados em tempo real e podem ser reutilizados pelos órgãos de informação. "A nossa aplicação tem capacidade não só para áudio, mas também para foto, vídeo e texto. Esta parte multifacetada dos formatos de conteúdo acaba por ajudar muito na recolha de informação", diz o coordenador do projeto.
Controlo das informações falsas
Bamo afirma que foram acauteladas medidas para evitar a publicação de conteúdos falsos. "Queremos informação objetiva e factual, por isso toda a informação que nos é enviada passa por um processo de verificação. Também incentivamos a quem nos mande informação que junte à mesma provas que se julguem relevantes", sugere o responsável.
A plataforma mobile OTHANLA é a evolução de uma aplicação web lançada no ano passado para partilha de informação sobre o processo eleitoral durante as eleições autárquicas de Moçambique.
"Decidimos alastrar para a versão mobile, uma vez que o número de utilizadores de smarthfones está a crescer. Achámos que tínhamos que aproximar a aplicação das pessoas", concluiu Lázaro Bamo.
DW – 24.07.2019
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