03/07/2018
Canal de Opinião por Edwin Hounnou
Nunca as condições objectivas e subjectivas estiveram tão maduras que desta vez para a oposição ficar com a maior parte das autarquias, criando, desta forma, um ambiente propício para tomar o poder central nas eleições gerais de 15 de Outubro de 2019.
As guerras injustas movidas pelo regime da Frelimo, a corrupção generalizada na administração pública e as dívidas que ostracizaram o país são importantes factores que jogam a desfavor do partido governamental. Uma oposição unida e pragmática deveria pegar nessa sujeira toda, jogá-la na cara da Frelimo e demonstrar ao povo que ela – a oposição – é o caminho que salva o país da hecatombe.
Uma oposição laboriosa, clarividente e com objectivos bem definidos não perde tempo recrutando militantes de seus pares, mas, nos bastidores, deveria ir convencendo os membros do partido no poder e rejeitar e condenar as práticas corruptas e de exclusão que o governo vem fazendo contra o povo e a todos nós. O que assistimos nas hostes da nossa oposição é ausência de estratégia de luta política e até se instigam para deserções em massa a fim de se enfraquecerem.
Os partidos da oposição odeiam-se a ponto de esquecerem-se de que todos pertencem à mesma família da oposição. Não se lembram de que têm um único adversário comum – o partido governamental. Em futebol, é corrente as equipas comprarem passes de aletas de outras equipas para reforçarem o seu plantel. Quando isso acontece no seio de partidos que lutam contra o mesmo adversário, o caso é muito grave.
A oposição não vai suplantar a Frelimo porque, ao invés de unirem esforços, estão a digladiar-se. A oposição está a tropeçar-se com os seus próprios pés, dandosinal de que não sabe muito o que pretende atingir. Esvaziando-se e rasteirando-se, a oposição está a beneficiar o partido governamental e aqueles que assim procedem têm a plena consciência do mal que fazem à causa que, alguma vez, abraçaram e com ela se identificaram.
Nunca as condições objectivas e subjectivas estiveram tão maduras que desta vez para a oposição ficar com a maior parte das autarquias, criando, desta forma, um ambiente propício para tomar o poder central nas eleições gerais de 15 de Outubro de 2019.
As guerras injustas movidas pelo regime da Frelimo, a corrupção generalizada na administração pública e as dívidas que ostracizaram o país são importantes factores que jogam a desfavor do partido governamental. Uma oposição unida e pragmática deveria pegar nessa sujeira toda, jogá-la na cara da Frelimo e demonstrar ao povo que ela – a oposição – é o caminho que salva o país da hecatombe.
Uma oposição laboriosa, clarividente e com objectivos bem definidos não perde tempo recrutando militantes de seus pares, mas, nos bastidores, deveria ir convencendo os membros do partido no poder e rejeitar e condenar as práticas corruptas e de exclusão que o governo vem fazendo contra o povo e a todos nós. O que assistimos nas hostes da nossa oposição é ausência de estratégia de luta política e até se instigam para deserções em massa a fim de se enfraquecerem.
Os partidos da oposição odeiam-se a ponto de esquecerem-se de que todos pertencem à mesma família da oposição. Não se lembram de que têm um único adversário comum – o partido governamental. Em futebol, é corrente as equipas comprarem passes de aletas de outras equipas para reforçarem o seu plantel. Quando isso acontece no seio de partidos que lutam contra o mesmo adversário, o caso é muito grave.
A oposição não vai suplantar a Frelimo porque, ao invés de unirem esforços, estão a digladiar-se. A oposição está a tropeçar-se com os seus próprios pés, dandosinal de que não sabe muito o que pretende atingir. Esvaziando-se e rasteirando-se, a oposição está a beneficiar o partido governamental e aqueles que assim procedem têm a plena consciência do mal que fazem à causa que, alguma vez, abraçaram e com ela se identificaram.
É muito mau o que está a acontecer com a oposição. Seria de louvar que a oposição fosse capaz de aliciar membros influentes do partido no poder e provocasse a sua deserção em massa e não limitar-se a disparar para os seus próprios pés. A Frelimo deve estar a esfregar as mãos de contentamento ao ver a oposição a andar às voltas.
Neste espaço, havíamos alertado que, para além de guerras intestinais no seio da oposição, vai existir um saco azul para encher os bolsos dos mais gananciosos para tomarem a dianteira na destruição de uma possível frente comum eleitoral. Não estávamos a adivinhar coisa alguma. Estávamos a ler os vários cenários possíveis e agora está tudo clarificado. Não se acredita que a discordância do formato de estatutos leve a tanto barulho assim.
Os partidos têm lugares próprios para discutir problemas internos, acolher opiniões, pontos de vista dos seus membros e debatê-los. O hábito de levar os problemas internos, sejam do partido, da família ou empresa, à praça pública tal como aos jornais, televisão, rádio ou às redes sociais, é muito mau. É urgente que os partidos vítimas desse cancro elaborem, com urgência, o código de conduta, se não quiserem ver a sua imagem jogada na lama porque amanhã pode ser tarde.
Não é sinónimo de liberdade manchar a sua própria organização, na praça pública, por mais que com ela não se identifique mais ou tenha uma melhor oferta. É preciso fazer um esforço e bom senso para encontrar um meio-termo. Quando um casal já não se quer mais, não é ético convocarem conferência de imprensa para se enxovalharem. A oposição precisa de coesão e determinação para chegar ao poder.
Enquanto a oposição prosseguir a alimentar fofocas, calúnia e difamação, não vai passar de oposição de si própria. Não vale a pena atirar as culpas ao partido no poder porque caldo já está entornado. O feiticeiro que desorganiza a oposição está na própria oposição que abre as portas para que outros feiticeiros se instalem e perturbem a tranquilidade Os que estimulam deserções de membros de partidos opositores estão a favorecer o partido no poder.
Os que se desdobram para desacreditarem as organizações a que pertenciam, abrem alas para o partido governamental se consolidar. Queremos reafirmar que a Constituição da República garante o direito de os cidadãos aderirem a qualquer partido ou não aderir a nenhum e quem de consciência limpa e tranquila, desejamos-lhe que sejam bem-sucedidos na nova empreitada política. Por outro lado, gostaríamos que não se empenhem em campanha de destruição do outro porque, para trás, deixam amigos e companheiros da mesma trincheira.
O momento é de respeito mútuo e, acima de tudo, de valorizar o que une na luta contra o mesmo adversário. Por fim, aclarar que a Renamo não deve tomar o MDM como seu “inimigo” nem o MDM deve considerar a Renamo como seu “inimigo”.
Se todos conseguirmos definir com clareza o nosso adversário, podemos ultrapassar o túnel, caso contrário, seremos uma eterna oposição que anda sem rumo.
Lamentamos constatar que não será desta vez que a oposição vai remover a Frelimo do poder pela culpa da própria oposição. (Edwin Hounnou)
CANALMOZ – 03.07.2018
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