"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Um mestre de obras que endividou Moçambique até ao pescoço

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Julião João Cumbane com Julião João Cumbane.


Armando Guebuza (na fotos na imagem) sucedeu pacificamente Joaquim Chissano na presidência da República de Moçambique.

Durante o seu consulado como Presidente da República de Moçambique, Armando Guebuza fez obras inumeráveis. Duas pontes novas sobre o Rio Zambeze foram construídas e uma sobre o mesmo rio foi reabilitada. Dois hospitais provinciais de raíz foram construídos e equipados na Matola e em Quelimane. Várias novas escolas e vários novos postos de saúde foram construídos e equipados. Outras tantas escolas e postos de saúdes e hospitais foram reabilitados e reequipados. Duas novas Universidades públicas viáveis foram criadas nas regiões Centro e Norte de Moçambique. Milhares que quilómetros de estrada foram reabilitados e centenas de quilómetros de estradas novas foram construídos. A barragem hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) foi revertida para o Estado moçambicano e a energia eléctrica aí gerada levada para quase todos os cantos de Moçambique, através de centenas de quilómetros de linhas de transmissão construídas de raiz. Centrais novas de geração de electricidade também fazem parte da lista das obras erguidas no consulado de Armando Gubuza. Esta lista pode continuar para incluir contratos para a exploração de recursos naturais para gerar renda para Moçambique, entre outras obras...

Para fazer estas obras, que permitiram que a economia de Moçambique começasse a florescer, Armando Guebuza teve que endividar obstinadamente os moçambicanos até ao pescoço. Ele (Armando Guebuza) abriu os cordões à bolsa de forma muito ousada. É por assim ter feito que Armando Guebuza está a ser duramente criticado e indevidamente vilipendiado até por pessoas sem qualquer sentido de Pátria. Mas as obras estão em Moçambique, mesmo com a crise que actualmente este país atravessa.

Enquanto o legado de Joaquim Chissano para Armando Guebuza foi uma paz podre, dívida externa incomportável que foi preciso negociar seu perdão, e altos níveis de percepção da corrupção que graça em todos os sectores da vida de Moçambique, o legado de Armando Guebuza para Filipe Nyusi foi a mesma paz podre e também uma dívida incomportável, mas a isto é preciso adicionar muitas obras feitas e algumas ainda em construção.

Assim, Filipe Nyusi, o actual Presidente da República de Moçambique, tem pelo menos por onde começar. Armando Guebuza começou quase do NADA. É por saber disto que eu tenho dificuldades de entender o mérito da crítica que se faz ao Armando Guebuza. Dívida externa, paz podre, corrupção e um país sem infraestruturas para viabilizar o crescimento da economia é o que ele (Armando Guebuza) herdou Joaquim Chissano. Não vejo como ele poderia ter feito melhor do que fez num país com défice crónico de produção interna em todos os domínios. Mesmo assim, a economia moçambicana alcançou níveis de crescimento económico nunca vistos no Moçambique de paz podre que ele herdou de Joaquim Chissano. Pena foi que esse crescimento não se traduziu numa melhoria significativa das condições de vida dos moçambicanos. Por isto aceito que Armando Guebuza seja criticado, mas não por ter endividado os moçambicanos. De facto, diferentemente do endividamento público no consulado de Joaquim Chissano, o endividamento público no consulado de Armando Guebuza gerou obras que criaram a base necessária para sustentar o crescimento da economia de Moçambique pelo futuro à frente dos moçambicanos.

Por que então criticar impiedosamente Armando Guebuza?

Só vejo uma resposta: ciúme de quem não fez o que deveria ter quando teve a chance de fazer diferença!

Espero que Filipe Nyusi aprenda esta lição de vida: a crítica pode ser feita por ciúme; esta é a instância quando a crítica não tem mérito e deve ser ignorada.

Sendo embora necessário ouvir a crítica de mérito, o Filipe Nyusi tem que se concentrar na continuidade da obra de Armando Guebuza e na construção da sua própria obra. Eu lembro-me de ouvir ele (Filipe Nyusi) dizer que vai construir o quarto-andar do edifício do Estado moçambicano. Assim seja! Mas mais do que construir o quarto-andar, ele deve considerar que, sendo engenheiro mecânico que é, não vai ficar bem na fotografia se deixar o país sem uma indústria siderúrgica e metalomecânica que livre os moçambicanos de importar até alfinetes e agulhas, para não falar de pregos e parafusos para diversos usos. Não vai sair bem na fotografia se deixar o poleiro com os moçambicanos a ainda a importarem cereais, carne, peixe, medicamentos, roupa, calçado, mobília e uma variedade de utensílios e maquinaria para diversos fins, sendo este país (Moçambique) detentor de imensas reservas de recursos naturais para produzir quase tudo o que os moçambicanos precisam para viver condignamente e ainda gerar renda bastante para ser referência mundial por ser melhor no que pode ser melhor.

Pronto, já disse.

Agora, com licença!

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