Segundo fontes fidedignas, o presidente da renamo, Afonso Dhlakama, teria conversado telefonicamente ontem segunda-feira, 26/12/16, com o presidente da frelimo, Filipe Nyusi e os dois falaram longamente sobre diversos assuntos sobretudo o diálogo, paz e cessar fogo. De imediato os dois líderes partidários concordaram na cessação provisória das hostilidades militares e, para demonstrar que esta realmente a ser sério nas suas palavras, Afonso Dhlakama deu hoje dia 27, pelas 9 horas, uma teleconferência de imprensa com os jornalistas nacionais que estavam concentrados no seu próprio gabinete em Maputo.
O presidente do partido renamo anunciou a trégua dizendo o seguinte: "As zero horas de hoje 27/12/16, iremos cessar as host militares em todo o território nacional para permitir que o povo moçambicano passe as festas do Ano Novo em ambiente de paz. As pessoas podem viajar do sul ao centro e norte e vice-versa, não haverão problemas nos troços Save-Muxungue, Caia-Nhamapaza (Sofala) Chimuara-Nicoadala, Mocuba-Nampevo-Alto Molocue (Zambezia), Vanduzi-Guro (Manica) e Moatize-Zobué (Tete)".
Estes troços tem livre circulação a partir das zero horas de hoje, não haverão combates e se houver disparos não serao militares da renamo. Os homens da renamo irão permanecer nas suas bases, sem fazer operações. As forças da frelimo como as fademos e fir também vão manter-se nas suas posições e poderão fazer patrulhamento num raio de 3-4km dos seus quarteis mas so patrulhas de informação, nao devem provocar as forças da renamo. E a trégua ira terminar as zero horas da proxima terça-feira, 3 de Janeiro de 2017.
Mas o presidente da renamo disse que se tudo correr bem poderá decidir prolongar a trégua para mais dias e concentrar-se no diálogo para continuar a discutir os pontos de agenda. Afonso Dhlakama disse que seria criado um sob grupo que irá tratar especificamente a questão da descentralização para depois o documento ser submetido a Assembleia da República para aprovado, assim como outras matérias da nomeação dos governadores da renamo, a reestruturação das forças armadas e o enquadramento dos comandos e quadros indicados pela renamo nos lugares de chefia no seio das forças de defesa e segurança (fadm, fir, prm e sise) para se criar o equilíbrio.
Segundo disse Dhlakama, é importante que todas estas questões sejam resolvidas muito antes dos próximos pleitos eleitorais. Dhlakama disse também que Moçambique precisa de uma paz definitiva e a implantação da democracia e estado de direito e instituições que funcionem servindo os interesses do povo.
Mas Unay Cambuma acha que os dois lideres deviam ter abordado a questão dos esquadrões da morte e não cremos que este assunto será abrangido com a trégua. E esperamos que o diálogo seja célere e a renamo não deve cair de novo nas futuras lengalengas da frelimo sob risco de desaparecer como organização política. Quanto a nós, julgamos que quem devia decretar trégua é a frelimo porque é ela que faz incursões e movimenta tropas e material de guerra para atacar a renamo e certamente esta trégua vai beneficiar a frelimo porque terá espaço para movimentar livremente mais armamentos e efectivos militares. De qualquer forma, é louvável a atitude do líder da renamo.
Unay Cambuma
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