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Maputo: 24 de Dezembro!
Há muito que Maputo tem pouco para mostrar. Tudo isto deve-se à nossa incúria, a nossa incapacidade de cuidar desta cidade outrora bonita. Mas levam grande culpa os gestores desta cidade. A imundície já não assusta a ninguém. Mesmo ali, às barbas de David Simango, é só lixo.
O pior de tudo, portando, foi a chuva avassaladora que caiu à tarde do passado sábado, 24 de Dezembro. Desnudou tudo. Fez-nos perceber que este Governo nada fez (faz) por esta cidade. As águas em pouco tempo engoliram Maputo. O majestoso edifício, ainda em construção, do Banco de Moçambique, ficou submerso. Para completar esta coreografia fantasmagórica, foram engolidas lojas e pastelarias que andam por ai na 25 de Setembro.
Vejam a primeira foto do majestoso edifício do Banco de Moçambique. É uma lástima. Este prédio custou ao cofres do Estado mais de 100 milhões de Dólares.
Mas chafurda na lama, no lodaçal. Isto tudo é culpa de quem decide. Desse dinheiro, sem gastar tanto assim, teríamos construído um sistema de drenagem que valha alguma coisa. Esconderíamos a nossa pobreza.
É que neste andar, um dia serão engolidos os Mercedes e tantos outros carros de luxo que tem sido estacionados ali à frente do Banco de Moçambique. São carros dos administradores do banco e do próprio governador. Ao Rogério Zandamela não atribuo culpa pelo mau emprego do nosso dinheiro. A decisão de se construir aquele majestoso edifício (que custa a concluir) foi tomada nos tempos da outra senhora. É herança de Ernesto Gove.
Tanto dinheiro mal usado. Tanto betão para nada. Quanto é que custa, afinal, para construir um sistema de drenagem eficaz? Do que o Governo está à espera? Quer dizer, em Moçambique já se perdeu a noção do ridículo!
As enchentes na baixa da cidade de Maputo são cíclicas. Sempre que chove é assim. Vira uma lagoa. Nunca o Governo apresentou um plano eficaz para acabar com aquela vergonha. É um problema já conhecido. O único que tentou fazer alguma coisa foi Eneas Comiche, nos tempos em que era edil de Maputo. Entretanto, os boçais afastaram-no. Colocaram o desavergonhado de Simango. Os seus projectos nunca são implementados. Terminam na gaveta. Prometeu o metro melhor do que de Joanesburgo e nada. Só promessas. A sua vista alcança apenas a sua barriga rechonchuda. Dinheiro do povo.
Pobrezinhos dos que viram os seus Vitz destruídos pela água. Muito provavelmente vão engrossar o número dos que abarrotam os “My Love”. Este país teima em não acompanhar os avanços do mundo. Nós, decididamente, ainda não estamos no século XXI.
Nini Satar
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