quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
Egidio Vaz
No Dia 25 de Dezembro o mundo celebra o Natal. A pretenso de uma laicidade do estdao, o estado moçambicano decidiu apelidar o natal de DIA DA FAMÍLIA. Isto foi nos tempos da bruma socialista, quando imperava a dita ditadura do proletariado - na verdade, foi mesmo o tempo da ditadura.
Ora, em todo o mundo comeomora-se a FESTA DO NATAL e é feriado ou pelo menos tolerância de ponto com excepcão de 34 países, nomeadamente: Afeganistão, Argélia, Azerbaijão, Bahrein, Butão, Camboja, China (com excepção de Hong Kong e Macau), Comores, Irão, Israel, Japão, Kuwait, Laos, Líbia, Maldivas, Mauritânia, Mongólia, Marrocos, Coreia do Norte, Omã, Paquistão, Qatar, República Árabe Sahrawi Democrática, Arábia Saudita, Somália, Tadjiquistão, Tailândia, Tunísia, Turquia, Turquemenistão, Emirados Árabes Unidos, Uzbequistão, Vietnã e Iêmen. Portanto, 162 de 196 países do mundo celebram o NATAL ou como feriado oficial ou como tolerância de ponto.
Em todos esses países, a maioria dos quais laicos, o termo usado para o feriado é NATAL: Noël (francês) Christmas (Inglês) عيد الميلاد (Árabe), 圣诞节 (chinês).
Samora e seus conselheiros entenderam que, pelo facto de o país ser laico-ele era contra a religião e transformou por exemplo, a minha Igreja Católica em Mutarara em centro cultural onde se dançava makwaela e comícios populares em dias de chuva-e pelo fcato de o Natal decorrer de uma tradição cristã, não fazia sentido celebrar a data. O meio-termo encontrado, para não frustrar o povo era transformá-la em DIA DA FAMÍLIA. Só que mesmo assim, os muçulmanos, budistas, judeus, hindus, taoistas, testemunhas de jeová e xintoistas não aderiram à celebração do natal. Estas religiões possuem suas datas próprias e para o caso de muçulmanos, os Eids.
O que de facto aconteceu foi que, por mero capricho e alguma ignorância, Samora não quis reconehcer o natal como feriado oficial para, pretensamente não cair na contradição constitucional. Ora, pense em mais de 100 países laicos e com tradição republicana de mais de 100 anos entre os quais França, Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Rússia, Australia, África do Sul, Nigéria (menos de 100, mas a caminho) celebram o natal como tal. E Samora, sozinho, achou que deevria ser Dia da Família!
Natal é natal. Se quiserem o Dia da Família que se arranje outra data menos polémica, onde toda a família moçambicana se irmana.
Pelo fim da incoerência samoriana, abraço à lucidez.
Marcelo Mosse
21/12 às 12:56 ·
O anti racismo Samora
Num ano em que se celebrou Samora, sua memoria foi venerada com justeza e ultrajada com leveza. Creio que a homenagem feita foi um dos grandes acontecimentos do ano. O colóquio na UEM serviu para singularizar seu lado humanista, seu sentido de justiça, sua postura incorruptível, entre muitos outros valores. Uma vertente temática não pensada foi o seu anti-racismo profundo. Eventualmente será urgente um colóquio para denunciar um certo abuso de interpretação que pretende fazer tábua rasa de uma definição de cidadania e um cacho de relações que não tinha a raça como factor de relevo, empurrando sua personalidade para o lugar submisso do lacaio. Lacaio dos brancos!. Ora, está visão encerra um revisionismo bacoco, uma tentativa de macular um personagem justamente numa dimensão onde ele demonstrou sua grandeza: ele era um anti-racista. Tal como a Frelimo, aliás. A definição de inimigo na luta armada nao tinha cor. Assim como a definição da nossa cidadania. Samora era de uma personalidade forte para estar subjugado por um grupo racial. Uma das virtudes da
Frelimo foi cultivar uma sociedade multirracial, fazendo de Moçambique um interessante mosaico cultural. Os brancos? Os brancos estiveram desde o início da luta. E participaram activamente nas suas várias etapas e na fase pós-independência.Seria de um doentio racismo se Samora optasse por rejeitar o seu contributo e fizesse uma purga racial. Para quê? Mas que debate é este? Aonde é que querem chegar com este truncar sem paralelo da História?
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