"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Democracia moçambicana passa por uma fase de silêncio, diz jornalista Salomão Moiane


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A democracia moçambicana passa por uma fase de "silêncio" sobre as grandes questões que o país enfrenta e os partidos políticos têm optado por uma postura de "conveniência" em relação ao poder, defendeu hoje o jornalista e analista político Salomão Moiane.
Falando num seminário sobre "Iniciativas partidárias sobre desenvolvimento e paz", Salomão Moiane afirmou que tem faltado aos partidos da oposição e aos cidadãos no geral a capacidade de interpelação do Governo sobre os problemas que apoquentam a sociedade.
"Enquanto os partidos políticos da oposição extraparlamentar continuarem a fazer uma oposição de hotel e no ar-condicionado, sem ir ao campo, nunca serão relevantes nem chegarão sequer ao parlamento", afirmou o analista.
Considerando os partidos extraparlamentares como de "conveniência e desdentados", Salomão Moiane defendeu uma oposição mais actuante e que apresente políticas alternativas às que são implementadas pelo executivo da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).
"Moçambique deve ser o único país do mundo onde a democracia é silenciosa, onde perante a complexidade dos problemas que o país enfrenta, como a guerra, a crise económica e a corrupção, os partidos políticos e a sociedade civil não se manifestam, não vão à rua", considerou Salomão Moiane.
A sociedade moçambicana, prosseguiu, deve dar um passo em frente na construção do sistema democrático, deixando de exercer uma democracia meramente representativa, passando à participativa.
"A democracia não se esgota na eleição ou remoção dos governantes, não se esgota apenas no voto", acrescentou Salomão Moiane.
Por seu turno, Miguel Mabote, presidente do extraparlamentar Partido Trabalhista (PT), declarou que a oposição sem assento na Assembleia da República enfrenta o desafio de apresentar alternativas mesmo fora do calendário eleitoral.
"Temos de decidir se somos actuantes ou apenas um refugo de democracia, com partidos que só existem de cinco em cinco anos", disse Mabote.
João Massango, presidente do Partido Ecologista, também defendeu que a oposição parlamentar deve impor-se através da apresentação de propostas que resolvam os problemas mais candentes da sociedade.
"Cabe a nós dar essa contribuição, como alternativa ao poder, temos que sair de uma actuação que se resume a conferências para o terreno", frisou Massango.
SAPO – 21.12.2016

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