No diálogo político
A Comissão Mista encarregada de preparar o encontro entre Filipe Nyusi e Afonso Dhlakama reuniu-se ontem, segunda-feira, com os mediadores internacionais, a fim de analisar as contrapropostas apresentadas pelo Governo e pela Renamo no âmbito da proposta dos mediadores sobre a descentralização.
No final do encontro, que durou três horas e que teve a coordenação do padre Ângelo Romano, não houve declarações à imprensa, mas o “Canalmoz” soube que o mesmo serviu para os mediadores apresentarem as reacções das partes em relação à proposta.
O “Canalmoz” sabe que os mandatários de Filipe Nyusi queixaram-se de falta de legitimidade para tratar a questão da descentralização.
Segundo as nossas fontes, espera-se que, dentro dos próximos dias, o Presidente da República indique pessoas que possam ter legitimidade para tratar do assunto.
A posição apresentada pelos mandatários de Filipe Nyusi deixa transparecer possíveis divisões existentes no seio do partido Frelimo sobre quem deve ter legitimidade de tratar matérias tão relevantes como a descentralização que está em discussão.
Os seis mandatários do Presidente da República na Comissão Mista não são membros do Governo e, ao que se diz, também não têm posições de relevância dentro do próprio partido Frelimo.
Contudo as partes dizem que mantém o compromisso de levar à Assembleia da República dentro dos próximos dias a proposta de princípios sobre a descentralização.
A Comissão Mista volta a reunir-se na tarde de hoje, terça-feira, para iniciar a harmonização da proposta que deverá ser submetida à Assembleia da República. (Bernardo Álvaro)
CANALMOZ – 06.12.2016
NOTA: Sendo a “descentralização” um dos pontos da agenda como só agora os mandatados de Filipe Nyusi descobrem não ter legitimidade para tratar este assunto? Estamos a brincar!
Fernando Gil
EY: Nyusi disse ao público que a comissão por criada não eram miúdos de recados, por isso, tinham todo o poder de falar e fazer tudo no que concerne as negociações.... Hoje os mesmos que não são miúdos de recados afirmam não ter legitimidade, afinal o que é que a Frelimo quer para o povo? Até quando o senhor Dhlakama vai tolerar esta falta de seriedade num tema muito sensível e preocupante para o bem do país?
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