Rogerio Antonio a sentir-se pensativo.
Não é normal o que presenciei ontem. É sobejamente sabido que a morte sempre representou Dor e Amargura, mas não é esse sentimento que paira no seio de algumas pessoas. Parece que as pessoas estão pouco se lixando com esta tragédia que abalou a família Guebuza.
A título de exemplo, ontem a noite subi um chapa que fazia o trajecto Praça dos Heróis-Ponto Final, ao longo da viagem, um tipo que estava no último assento grita em viva voz: “vocês sabiam que filha de Guebuza morreu?” Um dado curioso foi a reação dos demais passageiros que estavam no mesmo meio de transporte, respondiam em coro: “é bom, que ele sinta também a dor dos milhares de moçambicanos que morrem por causa dele, a justiça foi feita”.
Epah! Fiquei estupefato, não quis acreditar que fosse normal que as pessoas comemorassem mesmo sabendo que trata-se duma morte. Até aqui não consigo compreender o que leva tanta gente a sentir-se indiferente, ou melhor, satisfeitas. É caso para dizer que as pessoas andam “Full” com a família Guebuza.
Enfim, tenha o eterno descanso Valentina Guebuza.
Américo Matavele
Maputo, Moçambique ·
Sobre a celebração do infortúnio alheio
Entendo que as sociedades desenvolvem-se pela solidariedade dos seus componentes. As pessoas partilham tudo, e principalmente os sentimentos, assumindo cada um como seu o sofrimento doutra pessoa, o que lhe vai fazer ajudar.
Sociedades sem capacidade de sentir a dor do outro são sociedades estagnadas, cuja tendência é de regressão moral.
Este espírito da assumpção do sofrimento alheio como seu, parte de uma base, de uma educação-base, que é somente dado na família. Não é por acaso que a CRM diz que a família é a célula base da sociedade.
Como disse num post algures, a sociedade não passa de receptáculo da educação que as famílias dão aos seus, e não ao contrário. Culpar a sociedade pela degradação dos valores, é o mesmo que culpar o calor pelo sol abrasador. É contra a própria natureza.
As famílias agora viraram um covil de silêncio e de aceitação tácita da perversão dos valores, pois ela, aliás eles (pais e mães), já não se assumem como educadores, mas como máquinas que servem somente para a criação de condições materiais para os filhos.
Pensamos, nós os pais, que cercar os meninos de bens materiais vai lhes tornar melhores pessoas na sociedade, e descuramos a parte da moral, ética e dos bons costumes. Eis o resultado.
Aliás, vi de alguns pais esse comportamento contra-natura de celebrar a morte como paga pelos “pecados”, como se todos nós fôssemos Jesusis Cristos (sim, no plural), e para cobardemente escondermos a nossa vergonha, atiramos as culpas para a sociedade.
A sociedade não educa, ensina. Quem educa é a família. Conheço pessoas com títulos de PêAgáDê, com muita ciência na cabeça, mas em termos de educação são zero. Há diferença.
Precisamos aceitar que só revigorando a família como centro de transmissão de valores é que podemos resgatar a sociedade, e não ao contrário, mas para isso temos que aceitar as consequência de ter uma família, e seguir todos os procedimentos para a criação de um ambiente familiar são.
A educação não vem por decreto, mas é um processo, um martelar constante sobre a necessidade de abraçar a ética e a boa educação como duas muletas sem as quais a personalidade cai e se transforma num monstro.
Aliás, a ética e a boa educação estão patentes no ser, e é por isso que é doloroso fazer o mal. Isto é, mesmo as pessoas que celebram o infortúnio alheio sentem, lá bem no fundo, que o que estão a fazer é mau. E sentem dor ao fazê-lo.
Portanto, a educação parte da família, e esta é que molda a sociedade, e não ao contrário.
Nhanisse!
PS1: Há desvios e patologias no meio de tudo isso, mas um desvio é uma minoria, diferentemente do que assistimos actualmente.
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