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Escrito por Adérito Caldeira em 02 Novembro 2016 |
A Agência para a Promoção de Investimento e Exportações(APIEX) é uma instituição pública que resulta da fusão do Centro de Promoção de Investimentos (CPI), Gabinete das Zonas Económicas de Desenvolvimento Acelerado (GAZEDA) e do Instituto para a Promoção de Exportações (IPEX). “É uma instituição pública que tem por objeto a promoção e facilitação de investimento, aglutinando de forma integrada as acções de promoção do investimento público, privado e as exportações", disse nesta terça-feira(01) o porta-voz do Governo, Mouzinho Saíde, durante um briefing a imprensa, no final da 37ª sessão ordinária do Conselho de Ministros. Oficialmente, segundo Saíde, a criação da APIEX, tutelada pelo Ministério da Indústria e Comércio, tem em vista garantir maior alinhamento com os objectivos e metas do Executivo em matéria de desenvolvimento e promoção de investimento e exportações; criar sinergias entre as entidades directamente envolvidas e responsáveis pelo posicionamento do ambiente de investimento e negócios no país, fortalecimento das relações com investidores, operadores do comércio externo e criação de um único ponto focal para a comunicação?, explicou. O porta-voz do Governo apontou como atribuições propostas para a nova instituição o desenvolvimento e implementação de acções com vista a promoção e gestão de processos de realização de investimentos privados e públicos, de origem nacional e estrangeiro, bem como a criação, desenvolvimento e gestão das zonas económicas especiais, zonas francas industriais e a promoção de exportações nacionais.
Moçambique necessita de lidar efectivamente com a corrupção e o tráfico na Autoridade Tributária
Ironicamente esta decisão do Executivo de Nyusi acontece poucos dias após a publicação do “Doing Business 2017: Igualdade de Oportunidades Para Todos”, o relatório anual do Grupo do Banco Mundial, que revela que as decisões políticas do Governo dificultaram ainda mais a possibilidade de se iniciar um negócio em Moçambique, quer seja para investidores estrangeiros ou mesmo para os moçambicanos.“As decisões dos Governos têm um impacto importante nas operações diárias das pequenas e médias empresas, e regulações restritivas e onerosas podem consumir a energia dos empreendedores e dificultar a inovação e o desenvolvimento das empresas. Por esta razão o “Doing Business coleta dados a respeito das regulações de negócios, para incentivar a introdução de regulações eficientes, acessíveis e simples” afirmou em comunicado Augusto Lopez-Claros, Diretor do Grupo de Indicadores Globais do Banco Mundial, que produz o relatório. A última edição do relatório desta instituição de Bretton Woods informa que “um número inédito de 137 economias adoptou importantes reformas que facilitaram a abertura e as atividades das pequenas e médias empresas (...) mais de 75% das 283 reformas no ano passado foram realizadas por países em desenvolvimento, com a região da África Subsaariana contando mais de um quarto de todas as reformas no mundo” porém a chamada “Pérola do Índico” não é um desses países. Um dos quesitos destacados pelo “Doing Business 2017” está relacionado com a Autoridade Tributária que apesar das imensas reformas que tem realizado, desde 1995, ainda precisa de melhorar a sua actuação. “Apesar de progressos consideráveis, Moçambique ainda necessita de desenvolver as tecnologias de informação que possui para lidar efectivamente com a corrupção e o tráfico”, pode-se ler no relatório do Banco Mundial. A título ilustrativo com alguma frequência a Autoridade Tributária reporta a apreensão de mercadoria contrabandeada todavia quando esta já está em território nacional, não ficando claro como esses itens conseguiram passar pelo seu pessoal e pelos mecanismos electrónicos de fiscalização existentes nas várias fronteiras. Aliás a contra-parte sul-africana tem apreendido mercadorias ilegais e até dinheiro após este cruzar as nossas fronteiras. Até mesmo para a Ásia continuam a ser traficados troféus de caça furtiva, em quantidades assinaláveis, em vários casos até por via aérea, sem que se descubra como passaram pelos scanners e agentes alfandegários.
“Regras simples e transparentes são um sinal de respeito de um Governo pelos seus cidadãos”
O início de uma actividade empresarial também ficou mais difícil no nosso País, de acordo com relatório do Banco Mundial, continuam a ser necessários pelo menos dez procedimentos para o registos de uma empresas, um processo que continua a demorar uma média de 19 dias e as taxas de registos notariais aumentaram.O “Doing Business 2017” refere que ficou um pouco mais difícil, e mais caro (ainda antes do aumento desta semana) ter acesso a electricidade, o registo de propriedade e o acesso ao crédito também ficaram mais difíceis, a protecção dos investidores minoritários também degradou-se assim como o cumprimento de contratos. “Regras simples e transparentes são um sinal de respeito de um Governo pelos seus cidadãos. Elas têm um impacto direto na economia, ao estimular o empreendedorismo, a igualdade de género e o respeito ao Estado de direito,” disse em comunicado Paul Romer, Economista sénior e vice-Presidente sénior do Banco Mundial. “Contudo, não deveríamos nos esquecer de que um tratamento respeitoso aos cidadãos é uma necessidade em si, e que Governos que falharem neste aspecto perderão a sua capacidade de liderança”. A Nova Zelândia ocupa o primeiro lugar na classificação global do “Doing Business 2017” em termos da facilidade de se fazer negócios. “De acordo com pesquisas mencionadas no relatório, um melhor desempenho no Doing Business é associado a níveis mais baixos de desigualdade económica, o que contribui para a redução da pobreza e para um crescimento equitativo”, constata um comunicado de imprensa do Banco Mundial. |
"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
Após queda no “Doing Business” Governo de Nyusi funde CPI, GAZEDA e o IPEX
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