13/06/2019
A Renamo disse hoje que o seu líder, Ossufo Momade, mantém o comando do braço armado da organização, considerando "desertor" um oficial que ameaçou matar o presidente do partido, se não renunciar ao cargo.
"A pessoa que foi vista ontem [quarta-feira] desertou das forças da Renamo, talvez é isso que os moçambicanos não sabem", declarou o porta-voz da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), José Manteigas, em Maputo, numa conferência de imprensa convocada para reagir à atuação do oficial.
José Manteigas afirmou que o oficial, Mariano Nhungue Chissingue, é um coronel-general do braço armado da Renamo e que depois de "desertar" saiu da serra da Gorongosa, onde se situa o "quartel-general" do partido.
Sobre a contestação à liderança de Ossufo Momade, o porta-voz do principal partido da oposição assinalou que o líder foi eleito com mais de 65% de votos e detém o controlo do partido e do comando do braço armado.
"As forças da Renamo têm um comando, um comandante em chefe, um chefe de Estado-Maior general", afirmou Ossufo Momade.
José Manteigas disse que o ambiente na serra da Gorongosa, onde vive Ossufo Momade, é "bom, cordial e de união nas forças inquestionavelmente dirigidas pelo comandante-chefe”.
Em relação a acusações de que Momade mandou executar brigadeiros da Renamo, o porta-voz do partido respondeu com uma máxima do Direito: "O ónus da prova recai sobre o acusador".
José Manteigas disse que o partido está empenhado na apresentação da sua candidatura, com Ossufo Momade, às eleições gerais de 15 de outubro próximo.
Na quarta-feira, guerrilheiros da Renamo exigiram a demissão de Ossufo Momade, e ameaçaram de morte o dirigente, caso não acate a exigência de renúncia, acusando-o de estar a destruir o partido.
"Se ele não quer sair, nós vamos matar, vamos atacar o Ossufo. Estragou o nosso partido", declarou Mariano Nhungue Chissingue, que se apresentou como general e comandante na Renamo, numa conferência de imprensa na serra da Gorongosa.
Mariano Nhungue Chissingue estava ladeado de vários guerrilheiros da Renamo, com armas do tipo AK 47 e vestidos a civil, mas os jornalistas presentes na conferência puderam ver vários guerrilheiros parados na mata.
LUSA – 13.06.2019
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