27/06/2019
A secretária-executiva da Comissão Económica das Nações Unidas para a África (UNECA, sigla em inglês), classificou a crise da dívida escondida em Moçambique como um caso criminal que poderia ter sido evitada se houvesse transparência dos contratos públicos.
“É um problema criminal e estamos a lidar com isso”, afirmou Vera Songwe, comentando o escândalo de dívidas assumidas por empresas estatais moçambicanas, com garantia de Estado, no valor de dois mil milhões de dólares.
Os três empréstimos estão a ser investigados por autoridades judiciais internacionais e foram contraídos sem conhecimento dos poderes públicos moçambicanos. A crise da dívida soberana motivou um ‘default’ no pagamento a credores e obrigou o Estado a fazer novos acordos de pagamento.
“É aqui que a importância da transparência dos contratos se revela. Se houvesse a regra da transparência, esses contratos teriam sido públicos e nada disso teria acontecido”, afirmou Vera Songwe. “Temos de ter uma abordagem multilateral” nestes casos e promover a boa gestão dos dinheiros públicos, considerou a dirigente da UNECA, defendendo que Moçambique deve ser considerado um exemplo a não seguir pelo resto do continente.
“Deve existir a regra de publicitar os contratos públicos” dos Estados, defendeu. “Se pudermos ver os contratos, poderemos saber quem é que está de boa-fé e quem não está”, disse Vera Songwe, considerando que o continente tem demasiados casos semelhantes de falta de transparência.
“Esta é uma das questões que tem de mudar”, disse, falando à margem dos encontros anuais do banco pan-africano Afreximbank, que decorreram em Moscovo.
DN – 27.06.2019
NOTA: É esta a imagem que Moçambique, nos seus 44 anos de independência, dá ao mundo. Uma tristeza!
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
“É um problema criminal e estamos a lidar com isso”, afirmou Vera Songwe, comentando o escândalo de dívidas assumidas por empresas estatais moçambicanas, com garantia de Estado, no valor de dois mil milhões de dólares.
Os três empréstimos estão a ser investigados por autoridades judiciais internacionais e foram contraídos sem conhecimento dos poderes públicos moçambicanos. A crise da dívida soberana motivou um ‘default’ no pagamento a credores e obrigou o Estado a fazer novos acordos de pagamento.
“É aqui que a importância da transparência dos contratos se revela. Se houvesse a regra da transparência, esses contratos teriam sido públicos e nada disso teria acontecido”, afirmou Vera Songwe. “Temos de ter uma abordagem multilateral” nestes casos e promover a boa gestão dos dinheiros públicos, considerou a dirigente da UNECA, defendendo que Moçambique deve ser considerado um exemplo a não seguir pelo resto do continente.
“Deve existir a regra de publicitar os contratos públicos” dos Estados, defendeu. “Se pudermos ver os contratos, poderemos saber quem é que está de boa-fé e quem não está”, disse Vera Songwe, considerando que o continente tem demasiados casos semelhantes de falta de transparência.
“Esta é uma das questões que tem de mudar”, disse, falando à margem dos encontros anuais do banco pan-africano Afreximbank, que decorreram em Moscovo.
DN – 27.06.2019
NOTA: É esta a imagem que Moçambique, nos seus 44 anos de independência, dá ao mundo. Uma tristeza!
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
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