quarta-feira, 8 de maio de 2019
Justiça Nacional
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Batriz Buchili: quando é que manda prender Renato Matusse?
Ontem estivemos à conversa com alguns juízes de instrução criminal, colegas do "juiz das dívidas ocultas" Délio Portugal. Falámos sobre vários assuntos, mas desembocamos nas inevitáveis dívidas ocultas e a liberdade do ladrão de Renato Matusse. Eles, unanimemente, disseram que quem deve promover a prisão de Renato Matusse é a PGR e que os juízes só assinam os mandados de captura, elementar.
É por isso que encimamos o texto com o título que vocês leram. O dono da acção penal é o Ministério Público, cuja alta magistrada é Beatriz Buchili. O que está a acontecer com relação a Renato Matusse? Por quê ele deve ser acarinhado? Não se beneficiou, ilicitamente, do mesmo valor que a Privenvest deu aos restantes co-réus agora detidos? E há os que receberam poucos valores do que Renato Matusse, mas estão enjaulados. Que espécie de talismã é o senhor Renato Matusse? Até onde sabemos, nessa nossa humildade, aqui não há delação premiada. Quid juris?
A 6ª Secção criminal do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo (TJCM) já tem em mãos a acusação relativa às dívidas ocultas. "Justiça Nacional" teve acesso à acusação e nela está provado que Renato Matusse recebeu cerca de dois milhões de dólares norte-americanos, dinheiro do calote. Este dinheiro um dia cada um de nós vai ter que pagar, mas quando Renato Matusse o meteu no bolso, preferiu comprar um palacete numa zona mais nobre de Maputo, para não estar perto do mesmo povo que amanhã pagará a sua dívida. E mesmo assim estendem-lhe o tapete vermelho. Que raio?
Era Renato Matusse quem escrevia os discursos de Armando Guebuza. Agora, deve escrever os de Nyusi e os informes anuais de Beatriz Buchili. Por isso que está ai, livre como um pássaro, até tem tempo de escrever livros sobre a Frelimo, cujos submetidos à peneira da crítica são um vazio. Mas dá para massagear o regime e a Justiça que tanto falta a Moçambique.
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