"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



segunda-feira, 27 de maio de 2019

Edil de Nampula não cede a ameaças de morte

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No norte de Moçambique, o autarca de Nampula, Paulo Vahanle, diz ser alvo de ameaças de morte. O seu predecessor, Mahamudo Amurane, tal como Vahanle, membro da oposição, foi igualmente ameaçado, antes de ser assassinado.
    
 (DW/S. Lutxeque)
Paulo Vahanle, o edil do maior partido da oposição, a Resistência nacional Moçambicana (RENAMO), disse à DW que está a ser pressionado para renunciar à gestão da terceira maior cidade moçambicana. Vahanle diz que as ameaças de morte de autores são constantes e chegam através de telefonemas com números privados: "Nessas ligações, dizem que eu devia abandonar esse lugar [presidência do Município] para ir à Assembleia da República [onde suspendeu o seu mandato de deputado]", porque lá estaria melhor "acomodado” e que a continuar em Nampula "vou perder a vida, porque estou a ocupar espaço que já tem donos".
O edil da RENAMO diz que as ameaças já se arrastam há três meses, mas ainda não fez queixa à Procuradoria-Geral da República ou á polícia por não poder precisar a proveniência das chamadas, tendo reportado a situação apenas à RENAMO.
Tanto na residência oficial, como no gabinete de trabalho, o edil tem proteção da Polícia Municipal. Mas os agentes não estão armados, diz Vahanle. Por isso adanta que a sua segurança está nas mãos de Deus. "Não tenho praticamente uma segurança que me faça sentir mais seguro. Mas não deixarei de circular no meu município por ameaças".
Para que a história não se repita
 
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Edil de Nampula não cede a ameaças de morte

Paulo Vahanle não é o primeiro a receber ameaças de morte. Também o primeiro edil da oposição a governar o município de Nampula, Mahamudo Amurane, do partido da oposição Movimento Democrático de Moçambique (MDM), foi ameaçado, antes de ser assassinado em outubro de 2017. Os seus assassinos continuam por ser idetificados. Mas Paulo Vahanle insiste que não cede a pressões. "Eu vim para este lugar sabendo que é uma vaga deixada por um assassinato. Então, moralmente e psicologicamente estou preparado para enfrentar este cargo que o partido e os munícipes da cidade de Nampula me confiaram. Estou consciente e preparado para encarar qualquer circunstância que possa advir sobre a minha pessoa", disse o edil.
A Polícia da República de Moçambique, através do seu porta-voz em Nampula, Zacarias Nacute, disse à DW que a corporação ainda não recebeu uma denúncia do edil. Mas garante protegê-lo, tal como a todos os cidadãos. "Desde já aconselhamos, não só ao presidente, mas a todos os cidadãos no nosso território, para que sempre que forem ameaçados por alguém ou correrem perigo, a procurar a polícia".

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