31/08/2018
O Fundo Monetário Internacional (FMI) espera que os resultados das actuais negociações entre o Governo de Moçambique e os credores tragam, rapidamente, a dívida para um nível sustentável, mas alguns economistas têm outra opinião.
O problema, dizem, é que o país não está em condições de pagar a dívida, porque o dinheiro é aplicado em coisas que não contribuem para o desenvolvimento.
O representante do FMI em Moçambique, Ari Aisen considera que a economia moçambicana está num bom caminho, a medir pelos sinais de retoma e estabilidade que tem vindo a registar nos últimos tempos.
Aisen espera que os resultados das negociações entre o Governo e os credores tragam a dívida para um nível sustentável, sublinhando, no entanto, que há maior endividamento de privados.
Ponte da megalomania
Na perspectiva do economista Roberto Tibana, o endividamento progressivo agrava-se sobretudo, porque o dinheiro não é aplicado em coisas que contribuam para o desenvolvimento do país, reiterando o exemplo da chamada Estrada Circular, bem como da ponte Maputo-Katembe.
"Esta é uma ponte de megalomania; é só porque os antigos dois presidentes da República vão ter as suas casas na Katembe que criaram esta ponte; eles vão viver lá nas casas que o Estado está a construir para eles", diz o economista.
Por seu turno, o economista João Mosca, afirma que Moçambique tem das dívidas mais altas do mundo, em relação ao seu Produto Interno Bruto, mas, na sua opinião, o problema não é só esse.
De acordo com João Mosca, "Moçambique não tem capacidade de pagar as dívidas; o défice do Orçamento de Estado vai continuar por muitos e longos anos; o défice da Balança de Pagamentos vai continuar até que o petróleo e o gás comecem a dar resultados".
A crise moçambicana acentuou após a descoberta de dividas ocultas de dois mil milhões de dólares, cuja auditoria internacional denunciou irregularidades na aplicação de fundos. Não houve ainda responsabilização dos mentores.
VOA – 31.08.2018
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