sexta-feira, 28 de setembro de 2018
Recursos do Estado
Sabe, nós temos vindo a tratar o assunto do uso indevido dos recursos do Estado com muita leviandade. Não estamos a ser sérios. Pelos vistos, só nos damos conta que fulano, beltrano ou sicrano está a usar meios do Estado nos períodos de campanhas eleitorais Pior ainda, só conseguimos ver viaturas do Governo/Estado, aquelas que ostentam matrícula vermelha - a ponta do "aicibergue".
Ora, o uso ilegal dos recursos do Estado não é um fenómeno que acontece apenas nas campanhas eleitorais e, mesmo assim, o recurso que mais se usa e de forma abusiva não são carros. O recurso mais precioso que o Estado perde abusiva, acintosa e continuamente é o TEMPO. O estado perde muito tempo a favor do absentismo dos seus funcionários que recebem salários e mordomias do Estado trabalhando em actividades alheias.
A ausência de um professor, enfermeiro, polícia, director, pedagógico, contínuo, servente, farmacêutico, anestesista, médico, governador, ministro, presidente, motorista, juiz, procurador, etecetera, é pior que ter um Di-Fô-Di na caravana deste ou daquele cabeça-de-lista. O Estado perde mais com ausências dos seus funcionários. O maior e o mais caro recurso que o Estado possui são os seus funcionários. Os seus técnicos.
Por exemplo, neste momento, quantos expedientes não estão parados porque os funcionários do Estado (Estado no sentido mais extensivo e abrangente) estão nas caravanas? Quantas instituições públicas (incluindo municípios e empresas do Estado ou comparticipadas) estão a 100 por cento nestes dias?
Estamos a falar disso há mais de duas décadas, mas acho que não estamos a ser profundos e introspectivos neste assunto. É uma questão de ética.
- Co'licença!
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