quinta-feira, 20 de setembro de 2018
Samora Machel Júnior convocou a imprensa, ontem, para dizer que vai continuar com o seu trabalho político, que os seus ideais não mudaram e que se sente motivado para contribuir para o futuro digno a que todos os cidadãos têm direito.
Mas não disse se o trabalho político será feito na Associação Juvenil para o Desenvolvimento de Moçambique ou na Frelimo, partido de que é membro.
Samora Machel Júnior era cabeça-de-lista da AJUDEM, mas a lista desta Associação foi excluída pela Comissão Nacional e Eleições, por insuficiência de suplentes. Concorreu pela AJUDEM depois de a sua candidatura para as eleições internas da Frelimo ter sido rejeitada. “Irei continuar o meu trabalho político, continuando a lutar ao lado do povo. Os meus ideais não mudaram e não vão mudar. Hoje, mais do que nunca, estou motivado para prestar a minha disponibilidade para contribuir para o futuro digno a que todos os cidadãos têm direito. Estar ao lado povo é estar ao lado da História”, declarou Samora Machel Júnior na sua intervenção após a candidatura da AJUDEM ter sido excluída pela CNE da corrida eleitoral em Maputo e após a reclamação para este órgão e o recurso para o Conselho Constitucional terem sido rejeitados.
Samora Machel Júnior afirmou, na ocasião: “Iremos acatar e respeitar essa decisão, por considerarmos que o Estado de Direito e os seus órgãos são soberanos”. Recorde-se que, logo depois de ter tomado a decisão de encabeçar a lista da AJUDEM, Samora Machel Júnior teceu breves comentários ao “Canal de Moçambique”, explicando que decidiu desafiar o seu partido pelo seu desejo de contribuir com as suas ideias para a construção do país.
“Quando embarquei nesta marcha, eu tinha uma causa, que era a de poder dar o meu contributo, o meu pouco saber e o melhor do meu esforço para o bem do povo moçambicano. Sinto que posso contribuir também e dar o meu melhor para o bem deste país. É o povo que me inspira para tomar a decisão que tomei”, declarou Samora Machel Júnior e acrescentou Samora disse na altura que queria resgatar a dignidade do “meu povo” e resgatar a moralidade na forma como o país é dirigido. “Moçambique é um país jovem e de jovens que são capazes e que podem dar o seu melhor para o bem deste país, desde Maputo até ao Rovuma, do Índico ao Zumbo. E os jovens de Moçambique não são só da Frelimo. E o que tenho a dizer-lhes é que não há limites naquilo que podemos sonhar. Não há limite no esforço e na capacidade daquilo que podemos dar para melhorar este país. Independentemente da sua cor partidária, este país precisa de jovens”, afirmou Samora Machel Júnior e voltou a dizer, hoje, que quer a dignidade do povo e explicou que a sua candidatura queria aproximar os cidadãos do poder e levá-los a participar em mudanças reais que pudessem melhorar o seu bem-estar.
“O partido ainda não decidiu o meu futuro”
Samora Machel Júnior disse que continua membro da Frelimo e acrescentou: “O partido ainda não decidiu sobre o meu futuro”.
Questionado sobre se vai apoiar Eneas Comiche, respondeu: “É uma decisão que tenho de tomar.”
O Artigo 16 dos Estatutos do partido Frelimo determina um conjunto de medidas graduais a aplicar aos membros que concorram contra o seu próprio partido. As sanções disciplinares vão desde a suspensão até à expulsão. O n.o 3 do Artigo 16 refere que é suspensa até à conclusão do processo disciplinar a qualidade de membro do partido daquele que se apresente em qualquer processo eleitoral, nacional ou local, em apoio à candidatura adversária da candidatura apresentada ou apoiada pela Frelimo. Na alínea e), os Estatutos do partido Frelimo fixam a pena de expulsão, por considerar “falta grave” ser candidato para qualquer função por outros partidos ou organizações associadas ou deles dependentes, sem a devida autorização dos órgãos competentes do partido Frelimo. (André Mulungo)
CANAL MOZ – 20.09.2018
NOTA: Está claro que a Frelimo só tomará qualquer medida(se a tomar) só depois das autárquicas. Se fosse um qualquer “Manuel dos anzóis” já estaria na rua…
Fernando Gil
MACUAS DE MOÇAMBIQUE
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