"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Araújo deixa a PRM sem sono em Quelimane

sexta-feira, 21 de setembro de 2018


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Quelimane: Polícia dispara em manifestação de apoio a Manuel de Araújo

Quelimane_MAraujo_manifestacaoPolícia da República de Moçambique tentou travar protesto de apoiantes do candidato da RENAMO na capital da província da Zambézia. Manifestação prosseguiu em solidariedade com figuras afastadas da corrida às autárquicas.
A Polícia da República de Moçambique na Zambézia tentou impedir esta quinta-feira (20.09), com disparos, a marcha de apoio a Manuel de Araújo, o candidato da RENAMO às eleições autárquicas de outubro na cidade de Quelimane.
Os disparos fizeram-se ouvir já no decorrer da marcha que começou por volta das 13 horas locais, no aeroporto de Quelimane, depois de Araújo ter descido do avião, vindo de Maputo.
Ninguém ficou ferido, mas os disparos geraram o pânico entre os apoiantes de Manuel de Araújo. A marcha acabou por ser retomada, percorrendo várias avenidas e bairros da cidade de Quelimane até à sede distrital da RENAMO.
"Estamos aqui para concorrer"
Manuel de Araújo, edil de Quelimane pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), perdeu o mandato por decisão do Conselho de Ministros por se ter apresentado como candidato às próximas eleições em representação da RENAMO.
Após o incidente desta quarta-feira, em declarações à DW África, Manuel de Araújo afirmou categoricamente que vai concorrer às autárquicas como candidato do maior partido da oposição. "Nós estamos aqui para concorrer, inscrevemo-nos para concorrer, acreditamos num Estado de direito democrático de Moçambique e esta é a marcha de apoio à minha candidatura", sublinhou.
Segundo Manuel de Araújo, a marcha decorreu também em solidariedade com os munícipes da cidade de Maputo que viram os nomes de Venâncio Mondlane (RENAMO) e de Samora Machel Júnior (independente) afastados desta corrida eleitoral, segundo uma decisão tornada pública pelo Conselho Constitucional e Comissão Nacional de Eleições.
"Esta é a marcha de luta e reafirmação da democracia em Moçambique", disse Manuel de Araújo, mostrando-se ainda convicto na sua vitória no pleito eleitoral. "A RENAMO é o único partido da oposição em Moçambique capaz de ombrear e enfrentar a FRELIMO", garantiu.
Clima de tensão
Nos últimos dias, o clima político na província da Zambézia tem sido muito tenso, com os cabeças de lista de alguns partidos políticos a denunciar ameaças de morte e perseguição.

É o caso do novo candidato do MDM em Quelimane, Rogério Warowaro, que diz "andar com o coração nas mãos", por ser procurado pela Polícia de Investigação Criminal por ter alegadamente invadido a sede da FRELIMO em Quelimane no dia do recenseamento eleitoral.
A queixa foi confirmada pela FRELIMO na voz de Alige de Morais, secretário para a verificação do partido em Quelimane: "Havia aqui um intercâmbio entre jovens filiados na Organização da Juventude Moçambicana (OJM) de Nicoadala e Quelimane e jovens do MDM. Invadiram a nossa sede, afirmando que os jovens vinham recensear-se".
"A sede do partido FRELIMO não é nenhum posto de recenseamento. Remetemos o caso à Procuradoria, o processo está a andar e estamos à espera do julgamento", explica.
Entretanto, o cabeça de lista da FRELIMO na autarquia de Gurué, José Aniceto, pediu ajuda à Polícia esta quarta-feira, porque diz estar a ser ameaçado de morte por um grupo de membros do MDM naquela vila autárquica da província da Zambézia. "São membros do MDM que estão a produzir músicas para difamar o partido e cabeça de lista. Eu não tenho medo e estou livre", garante.
DW – 20.09.2018

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