29/09/2018
A RENAMO diz que um suposto agente da Polícia moçambicana na Zambézia infiltrou-se na caravana do maior partido da oposição para atentar contra a segurança do cabeça-de-lista Manuel de Araújo. PRM não comenta a denúncia.
A Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) denunciou um caso insólito ocorrido durante a campanha para as eleições autárquicas em Quelimane. Esta quinta-feira (27.09), no mercado de Namuinho, um dos bairros periféricos da autarquia de Quelimane, um alegado agente da Polícia da República de Moçambique (PRM) na Zambézia ter-se-á infiltrado na caravana do maior partido da oposição para, alegadamente, atentar contra a segurança de Manuel de Araújo.
Segundo o porta-voz da RENAMO, Latifo Charifo, o alegado agente foi rapidamente neutralizado por seguranças particulares do candidato. Manuel de Araújo confirma o sucedido, mas sem avançar muitos detalhes. "Decidi não entrar em assuntos que não têm que ver com o corpo da campanha, essa é a minha estratégia. Estou concentrado na campanha", declarou.
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RENAMO denuncia tentativa de ataque contra Manuel de Araújo
Latifo Charifo, que também é porta-voz da campanha eleitoral em Quelimane, diz que a ameaça contra a segurança de Araújo teve como promotor um agente da PRM, que se infiltrou no grupo dos apoiantes da RENAMO com objetivos ainda desconhecidos. "Durante a campanha, verificamos um movimento estranho de um indivíduo. Descobrimos que é um polícia vindo de Milange, que foi recolhido pelo nosso pessoal de segurança, que o levou até ao posto policial de Namuinho", esclareceu.
"Nunca aconteceu isso em nenhuma campanha, um polícia vestido à paisana aparecer na caravana da RENAMO", sublinha Latifo Charifo. "Temos brigadas em todos os bairros dos cinco postos administrativos desta cidade, ele simplesmente aparece onde vai o nosso cabeça de lista e isso deixa-nos indignados".
RENAMO dispensou proteção policial
O porta-voz da RENAMO considera que a neutralização do suposto agente foi "uma sorte". Segundo Charifo, o partido dispensou a proteção policial na campanha porta a porta desta quinta-feira, alegadamente porque não havia necessidade, uma vez que não houve comício.
"Precisamos de protecção quando é caravana, mas quando é porta a porta não precisamos de proteção porque não há euforia dos eleitores", justifica.
A polícia, que não foi contactada pela RENAMO para vigiar a ação de campanha, não comenta a denúncia, afirmando apenas que, desta forma, é difícil fazer o controlo. "Quando surgem situações, é difícil controlar porque as atividades todas deviam ser desencadeadas com a presença da polícia", explica o porta-voz da PRM, Miguel Caetano.
Para Latifo Charifo, a campanha eleitoral da RENAMO na cidade de Quelimane está ameaçada. "Já vimos episódios deste género em algumas províncias que terminaram em tragédia", recorda o porta-voz.
DW – 28.09.2018
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