"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



sexta-feira, 27 de abril de 2018

MDM: o princípio do fim?

quinta-feira, 26 de abril de 2018


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Momade Assife Abdul Satar
24/4 às 7:34 ·

MDM: o princípio do fim?

Demorei um pouco a escrever sobre este assunto. Ainda estava a digeri-lo. Bem se via que Daviz Simango não tinha musculatura suficiente para dirigir um partido como o MDM. Ou seja, quis e quer fazer desta formação política sua propriedade. Primeiro foram as dificuldades manifestas em resolver o assunto de Mahamudo Amurane. Remeteu-se a um silêncio assustador quando todos os cenários lhe eram desfavoráveis. O edil de Nampula acabou baleado (por quem?) e o município caiu em mãos alheias.

Ao excluir nomes sonantes dos órgãos decisórios do partido, como Venâncio Mondlane, Maria Moreno, António Frangoulis, Geraldo Carvalho, Manuel de Araújo, Job Mutombene e Silvério Ronguane, Daviz Simango não fez outra coisa do que empurrar o seu partido ao abismo. É o princípio do fim.

E bem se via que o MDM estava a ser gerido de qualquer maneira. O líder e o chefe da bancada parlamentar na Assembleia da República são irmãos. O partido é propriedade dos Simangos. E nem de longe parece aquela formação política que até há bem pouco tempo acolheu apoio de muitos. Muita juventude, sobretudo oriunda de zonas urbanas, revia-se no MDM. E Daviz Simango entornou o caldo.

Não sei até que ponto são reais as informações veiculadas pelo “Canal de Moçambique”, de que Venâncio Mondlane já encetou conversações adiantas com Afonso Dhlakama para se filiar ‘a Renamo e, por consequência, concorrer por este partido ao município de Maputo. A ser verdade, é uma perda de peso. Aliás, é o prenúncio da desgraça do MDM. É só olharmos para o naipe dos seus integrantes, ora excluídos. Provavelmente foi devido ‘a sua composição que o MDM teve algum acolhimento.

E Daviz Simango sabe, e muito bem, quais é que são as consequência de uma gestão desorganizada. Ele mesmo foi expulso da Renamo por Afonso Dhlakama e o MDM nasceu como consequência disso.

Não sei ao certo quem está a agitar Daviz Simango, mas está a seguir um caminho de suicídio político. Está a autoflagelar-se. Aliás, isto já está claro. Arrancaram-lhe Nampula. Beira não será excepção. Com o reaparecimento da Renamo no cenário político nacional, o MDM tem poucas chances. Pelo menos enquanto Daviz Simango dirigir o partido como se fosse uma barraca. Gosta de ouvir fofocas, intrigas. É um péssimo político. Um partido político não pode servir interesses individuais. Servir de trampolim para se chegar a um determinado status. Disso são exemplo os seus maiores adversários políticos, ora contestado pela esmagadora maioria do povo moçambicano. E Daviz Simango não aprende!

Se efectivamente o seu partido fosse democrático, lutasse pelo bem comum de todos os moçambicanos, como apregoa, Daviz Simango já não estaria na liderança do partido. Teria se escolhido outra liderança. Que mensagem envia para os seus apoiantes, e o povo moçambicano em geral, quando ele é que é o presidente e o irmão chefe de bancada? Que partido político é esse que se ocupa lugares de chefia por simpatia, afinidades?

E não venha a terreiro chorar se o MDM for esfarelado nas próximas eleições. Não está a trabalhar. Não preparou e nem organizou nada, mas quer tirar dividendos iguais aos que estão neste momento a trabalhar. A Renamo, acolhendo Venâncio Mondlane, está a mostrar sinais de trabalho forte. Cuidado com Dhlakama…

Nini Satar

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