A Irmã Ester chegou com tudo!
Primeiro esculhambou o sistema. Depois o actual poder político – e nessa altura, Ivone Soares, a “chefa” da Renamo, presente na plateia, deve ter esfregado as mãos de contente… Há-de ter sido sol de pouca dura, certamente, já que, logo a seguir, foi a vez da oposição levar “tareia”.
A sociedade moçambicana de um modo geral, não escapou às críticas, mas, foi particularmente aos cristãos, que aquela f(r)e(i)ra desfeiriu os golpes mais “profundos”… Disse(-nos) assim: «um individuo nunca será um bom cristão, se não for, antes de tudo, um bom cidadão!... Por muito muito que venha à missa todos os domingos, se ele passar o resto da semana a roubar, a corromper, a cometer fraudes, a bajular o chefe, e a prejudicar o colega (…), esse indivíduo não é um bom cristão!».
E a finalizar ainda insistiu: «Recenseem-se, votem coenscientemente, sejam os veículos da mudança!»...
A Irmã Ester Lucas – que por baixo daquele hábito, esconde uma brilhante politicóloga (suponho) – falava numa palestra subordinada ao tema “A Liberdade de Reunião/associação/expressão e o Estado de Direito Democrático”, para uma plateia de cerca de três centenas de pessoas.
Tratava-se da última de quatros palestras interessantíssimas, acontecidas ao longo do presente mês de Abril, integradas num (II) Ciclo de Conferências, sobre “A Doutrina Social da igreja como força transformadora da sociedade”, que decorreu (às 3ªs feiras) no Salão Paroquial da St. Ana da Munhuana.
A iniciativa pertence à Conferéncia Episcopal de Moçambique, através da sua Comissão de Justiça e Paz, e visa essencialmente divulgar a doutrina social da igreja (católica), enquanto conjunto de ensinamentos e práticas sociais, e tambem, contribuir para a promoção da justiça social, a nível local e nacional. Neste segundo ciclo de conferencias, tambem se deu enfoque à participação dos cristãos na vida política, tendo em vista as eleições autárquicas deste ano, e gerais do próximo.
A primeira palestra foi a 3 de Abril e teve como orador (o uficsiano) Adriano Nuvunga, director do CIP. Ele abordou o tema: “Participaçáo do cristáo no processo eleitoral”.
Na terça-feira seguinte – a única em que, com muita pena, não pude estar presente – foi a vez da Fátima Mimbire, também do CIP, falar sobre “Eleições e paz”.
Para a penúltima sessão – a da semana passada – tinha sido convidado o Ericínio de Salema, para abordar o tema “Comunicação Social e o processo eleitoral”, porém em face do sucedido, acabou sendo substituído pelo Tomás Vieira Mário, que abordou sabiamente o tema.
É por isso que, depois desse desfile de “nomes sonantes” da praça, havia muita espectativa com relação à prestação da Irmã Ester – que, refira-se, é membro da Companhia das Filhas de Caridade de S. Vicente Paulo…
E não é que a jovem religiosa deixou a plateia completamente rendida?!...
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