Xícara de Café por Salvador Raimundo
PARA não variar, o escândalo de pagamentos ilícitos acaba de rebentar em Moçambique, depois de accionado a partir do estrangeiro.
Tal e qual a polémica dos empréstimos escondidos debaixo do sofá, cujos primeiros sinais são de origem norte-americana – Wall Street Jounal.
Por isso, talvez devido a isso, os mais cépticos não tardam em torcer o nariz, desconfiados da colagem de um e de outro processo – dívidas ocultas e luvas à custa da LAM.
Isto depois de a Comissão Parlamentar de Inquérito (CIP) ter concluído as audições aos principais protagonistas dos empréstimos ocultos e ontem se preparava para submeter à Comissão Permanente da Assembleia da República, o relatório final das auscultações.
Pois é precisamente por causa disso que o cepticismo ganha corpo, por determinadas vozes desconfiarem da existência de um esquema que visa desviar a atenção dos moçambicanos no essencial que levou à actual conjuntura: crise de dívida.
É uma velha táctica muitas vezes engendrada pelos chico-espertos e cujos argumentos nunca se esgotam, ou melhor, sempre são actualizados à medida que os primeiros vão ficando caducos.
Cá para nós, entretanto, e a avaliar pelo rigor da metodologia utilizada no caso de eventuais pagamentos ilícitos, até dá para levar os menos atentos a aguçar o apetite de ajuste de contas contra os que teriam se beneficiado dos 800 mil dólares.
Mas lá está, nem sempre o rigor significa estar-se em presença de uma certeza. Pode ser que José Veigas e Mateus Zimba, indivíduos que há muito não apareciam na praça pública, absolutamente nada têm a ver com o assunto da mola em seus bolsos.
De igual modo, pode ser que estão perfeitamente identificados com tais negociatas.
Tem graça que o Gabinete Central de Combate à Corrupção já veio a público dizer alguma coisa relacionada com negociatas envolvendo antigos gestores da LAM, mas sem apontar nenhum nome.
O Gabinete moçambicano não diz quem são os envolvidos, mas os brasileiros da Embraer apontam José Viegas. O Gabinete fala de um administrativo e Viegas era o pca da LAM.
Se calhar tenha chegado o momento de as instituições nacionais começarem a chamar as coisas pelos próprios nomes, desse modo evitando que paire no ar a especulação, forçando as pessoas a um tremendo exercício mental, a ver se detectam os que possam estar por detrás de insinuações…institucionais.
Por perceber a razão de tanta hesitação em que dizer publicamente que fulano, beltrano ou cicrano são os acusados.
Em contrapartida, quando se trata de um pé rapado, as autoridades nem sequer duvidam da autenticidade da descoberta, empurrando as “vítimas” a exposição pública, quase forçando para que dêm cara às câmaras televisivas.
Esta estúpida dualidade de critérios há muito que devia ter acabado.
EXPRESSO – 01.12.2016
Cá para nós, entretanto, e a avaliar pelo rigor da metodologia utilizada no caso de eventuais pagamentos ilícitos, até dá para levar os menos atentos a aguçar o apetite de ajuste de contas contra os que teriam se beneficiado dos 800 mil dólares.
Mas lá está, nem sempre o rigor significa estar-se em presença de uma certeza. Pode ser que José Veigas e Mateus Zimba, indivíduos que há muito não apareciam na praça pública, absolutamente nada têm a ver com o assunto da mola em seus bolsos.
De igual modo, pode ser que estão perfeitamente identificados com tais negociatas.
Tem graça que o Gabinete Central de Combate à Corrupção já veio a público dizer alguma coisa relacionada com negociatas envolvendo antigos gestores da LAM, mas sem apontar nenhum nome.
O Gabinete moçambicano não diz quem são os envolvidos, mas os brasileiros da Embraer apontam José Viegas. O Gabinete fala de um administrativo e Viegas era o pca da LAM.
Se calhar tenha chegado o momento de as instituições nacionais começarem a chamar as coisas pelos próprios nomes, desse modo evitando que paire no ar a especulação, forçando as pessoas a um tremendo exercício mental, a ver se detectam os que possam estar por detrás de insinuações…institucionais.
Por perceber a razão de tanta hesitação em que dizer publicamente que fulano, beltrano ou cicrano são os acusados.
Em contrapartida, quando se trata de um pé rapado, as autoridades nem sequer duvidam da autenticidade da descoberta, empurrando as “vítimas” a exposição pública, quase forçando para que dêm cara às câmaras televisivas.
Esta estúpida dualidade de critérios há muito que devia ter acabado.
EXPRESSO – 01.12.2016
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