03/06/2019
Terminou, no último dia 30 de Maio (quinta-feira), em todo o país, o Recenseamento Eleitoral com vista ás eleições gerais do dií 15 de Outubro próximo. Na província de Cabo Delgado, a Renamo, a segunda maior força política do país, afirma que o processo esteve "banhado de irregularidades", com algumas vilas e Postos Administrativos excluídos do processo que determina quem irá escolher, pela primeira vez, o governador daquela província do norte do país, nos próximos cinco anos.
Segundo Mussagy Bachir, membro daquela formação política, dentre as irregularidades verificadas durante o Recenseamento Eleitoral, na província de Cabo Delgado, está a exclusão de algumas sedes distritais e Postos Administrativos, para além do processo ter iniciado tarde (nas últimas duas semanas) nos outros pontos da província.
Falando na cidade de Pemba, em conferência de imprensa, o representante da Brigada Central da "Perdiz", naquela província, defendeu que, por exemplo, no distrito de Palma, as brigadas do Recenseamento Eleitoral não foram movimentadas para as aldeias Kiwiya e Lindi, devido ao "conflito" que se verifica naquele ponto do país.
Acrescentou ainda que, no distrito de Macomia, o mais afectado pela insurgência e pelo ciclone Kenneth, muitos cidadãos não receberam os seus cartões eleitorais, em particular na zona costeira de Mucojo e Quiterajo, dois pontos, severamente, atingidos pelos ataques.
Aliás, a "Carta" apurou que nas aldeias Unidade, Milamba, Pequeue (em Quiterajo) e Nagulue e Olumboa (em Mucojo), o recenseamento quase que não se realizou, devido aos ataques. No distrito de Montepuez, concretamente na divisão administrativa de Nairoto, o processo iniciou muito tarde.
Prosseguindo, Mussagy Bachir apontou, igualmente, as constantes avarias do equipamento e o fraco domínio dos ID Mobiles, pelos brigadistas, como outras irregularidades que se verificaram naquela província.
Entretanto, dados partilhados pelo Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) indicam que, até ao dia 26 de Maio (quatro dias antes do fim do processo), a província de Cabo Delgado tinha recenseado 600.428 eleitores, dos 644.021 previstos, o que correspondia a 93,23 por cento, tornando-se a segunda mais "cumpridora" das metas, atrás de Gaza, que tinha inscrito 541.019 eleitores, dos 575.055 previstos, equivalente a 94,08 por cento.
A Renamo, em Cabo Delgado, garantiu também estar na posse de dois cadernos eleitorais, supostamente, resultantes do Recenseamento Eleitoral paralelo, alegadamente, realizado pelos Secretários de alguns bairros. Fala ainda de alegadas cobranças ilícitas a eleitores que ainda esperavam impressão do cartão de eleitor.
CARTA – 03.06.2019
NOTA: Numa província com cerca de 40% do seu território em estado guerra e com o ciclone Kenett como é possível apresentar mais de 90% de eleitores previstos recenseados. Será que foram feitas cópias de cadernos de 2014? Cabe à Renamo e MDM conferirem,
Fernando Gil
MACUA DE MOÇAMBIQUE
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