O representante permanente do FMI em Moçambique, Ari Aisen, disse hoje à Lusa que os resultados da auditoria às dívidas ocultas do país, a serem conhecidos sexta-feira, devem ser recebidos com "serenidade".
"Temos de ter muita serenidade neste momento. A Procuradoria-Geral da República é o órgão que está liderando este processo de maneira soberana e nós [o FMI] estamos auxiliando e vamos aguardar de forma serena a entrega do relatório", disse Ari Aisen.
Para o representante da FMI, o Governo moçambicano já mostrou que está preocupado em recuperar a confiança dos parceiros internacionais e, nesta altura, o mais importante é garantir que o processo avance.
"Estamos caminhando numa direção correta. Obviamente que ainda temos algum trabalho a fazer e esperamos que nos próximos meses possamos avançar com este processo que já iniciamos em conjunto com o Governo", afirmou.
Ari Aisen lembrou que um programa com o FMI num momento em que o país atravessa uma crise económica seria importante.
"Nós queremos auxiliar o país a atingir as suas metas", acrescentou o representante permanente do FMI, reiterando o seu apelo à calma e serenidade.
"Em função disso [dos resultados da auditoria], vamos acompanhar e continuar fazendo seguimento, sempre como parceiros do país", concluiu.
A empresa Kroll Associates UK está a preparar um relatório sobre a auditoria internacional independente que conduziu às empresas Proindicus, Ematum - Empresa Moçambicana de Atum e MAM - Mozambique Asset Management.
As três empresas são detidas por entidades estatais moçambicanas, principalmente pelos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE) e foram criadas no Governo de Armando Guebuza, antecessor do atual Presidente da República, Filipe Nyusi.
A ProIndicus contraiu junto do banco Credit Suisse e do russo VTB, entre 2013 e 2014, um empréstimo de 622 milhões de dólares (586 milhões de euros), com um aval do Governo moçambicano dado à revelia da Assembleia da República e das instituições financeiras internacionais.
Na mesma altura, o Governo moçambicano também avalizou um outro empréstimo no valor de 535 milhões de dólares (504 milhões de euros) a favor da MAM - Mozambique Asset Management, também criada para atividades de segurança marítima, igualmente sem o conhecimento do parlamento moçambicano e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
As duas dívidas somaram-se a uma anterior de mais de 727,5 milhões de dólares (684,8 milhões de euros) da emissão de títulos de dívida soberana que resultaram da reconversão das obrigações corporativas emitidas pela Empresa Moçambicana de Atum (Ematum).
A auditoria internacional independente às dívidas escondidas foi uma exigência do FMI para reatar o apoio a Moçambique, após a suspensão dos seus financiamentos com a revelação do escândalo, em abril de 2016, e que levou também os 14 doadores do orçamento do Estado a interromperem os seus pagamentos.
EYAC (LFO) // EL
Lusa – 11.05.2017
A empresa Kroll Associates UK está a preparar um relatório sobre a auditoria internacional independente que conduziu às empresas Proindicus, Ematum - Empresa Moçambicana de Atum e MAM - Mozambique Asset Management.
As três empresas são detidas por entidades estatais moçambicanas, principalmente pelos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE) e foram criadas no Governo de Armando Guebuza, antecessor do atual Presidente da República, Filipe Nyusi.
A ProIndicus contraiu junto do banco Credit Suisse e do russo VTB, entre 2013 e 2014, um empréstimo de 622 milhões de dólares (586 milhões de euros), com um aval do Governo moçambicano dado à revelia da Assembleia da República e das instituições financeiras internacionais.
Na mesma altura, o Governo moçambicano também avalizou um outro empréstimo no valor de 535 milhões de dólares (504 milhões de euros) a favor da MAM - Mozambique Asset Management, também criada para atividades de segurança marítima, igualmente sem o conhecimento do parlamento moçambicano e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
As duas dívidas somaram-se a uma anterior de mais de 727,5 milhões de dólares (684,8 milhões de euros) da emissão de títulos de dívida soberana que resultaram da reconversão das obrigações corporativas emitidas pela Empresa Moçambicana de Atum (Ematum).
A auditoria internacional independente às dívidas escondidas foi uma exigência do FMI para reatar o apoio a Moçambique, após a suspensão dos seus financiamentos com a revelação do escândalo, em abril de 2016, e que levou também os 14 doadores do orçamento do Estado a interromperem os seus pagamentos.
EYAC (LFO) // EL
Lusa – 11.05.2017
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