O Presidente da República, Filipe Nyusi, afirma que o relatório da auditoria internacional independente elaborado pela Kroll Associates UK a Empresa Moçambicana do Atum (EMATUM), Mozambique Asset Management (MAM) e Proindicus, vai contribuir para aprimorar a gestão do governo, transparência das contas públicas e responsabilização.
O Chefe do Estado reagia assim a entrega do relatório da auditoria independente a Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre as três empresas que solicitaram financiamentos de bancos estrangeiros, com garantias emitidas pelo governo moçambicano.
Em declarações a imprensa no distrito de Angoche, no final da Visita Presidencial de três dias, com início na quinta-feira a província setentrional de Nampula, Nyusi disse acreditar que a PGR saberá dar continuidade aos procedimentos subsequentes, no âmbito do seu mandato e competências.
Reafirmamos a disponibilidade do Governo de Moçambique em continuar a conceder todo o apoio necessário para a conclusão deste processo conduzido pela Procuradoria-Geral da República, disse Nyusi.
Na ocasião, o estadista moçambicano manifestou o apreço do governo pelo apoio concedido pelo povo e governo sueco que tornou possível a realização desta auditoria internacional independente.
Os progressos registados no restabelecimento da paz efectiva e as medidas em curso de correcção macroeconómica são determinantes para a restauração da confiança junto dos parceiros e investidores, afirmou.
A Kroll Associates UK é a consultora internacional contratada pela PGR para apurar a existência ou não de infracções de natureza criminal, entre outras, no processo da constituição, financiamento e funcionamento das referidas empresas.
As três empresas, em 2013 e 2014, receberam empréstimos de bancos internacionais, principalmente Credit Suisse e VTB da Rússia, de mais de dois bilhões de dólares (EMATUM 850 milhões; Proindicus 622 milhões e MAM 535 milhões).
Os três empréstimos adicionaram 20 por cento à dívida externa de Moçambique, e elevaram a dívida para níveis insustentáveis.
Em Abril do ano passado, o FMI suspendeu a sua assistência financeira a Moçambique após a descoberta de empréstimos não revelados no valor de 1,4 biliões de dólares. Dias mais tarde o Banco Mundial tomou a mesma decisão. O Reino Unido e o G14, por seu turno, decidiram suspender o apoio directo ao Orçamento do Estado até ao esclarecimento dos contornos da dívida.
Por isso, Nyusi convidou, mais uma vez, os parceiros de cooperação a apoiarem as reformas em curso em Moçambique, bem como a retomarem a assistência ao governo, no sentido de consolidar os esforços para o desenvolvimento do país.
O Chefe de Estado concluiu a sua mensagem apelando a todos os moçambicanos para que continuem a acompanhar os próximos passos que se seguem ao desfecho deste processo com a mesma serenidade demonstrada até agora.
Mad/sg
AIM – 13.05.2017
Sem comentários:
Enviar um comentário