"Deus criou as pessoas para amarmos e as coisas para usarmos, porque então amamos as coisas e usamos as pessoas?"



sexta-feira, 26 de maio de 2017

Dhlakama, de novo, fintado!


Listen to this post. Powered by iSpeech.org
Por Edwyn Hounnou
O líder da Renamo, Afonso Dhlakama, foi, mais uma vez, jogado na lama por aqueles que ele chama de "irmãos da Frelimoʺ que lhe foram dando chucha. Eu, várias vezes, chamei à liderança da Renamo para se precaver nas suas conversas com a Frelimo, apesar das ameaças que Filipe Nyusi proferiu contra os que crticam a forma como ele e Dhlakama estão a lidar com a pacificação do país.
Agora, entende-se a razão de Nyusi ameaçar os que alertam sobre as ratoeiras da paz. Nyusi até chamou de criminosos os que persistirem em dar a sua opinião sobre a maneira como Nyusi e Dhlakama buscam a paz. Eu não me senti atingido porque o Presidente não tem meios legais para silenciar ninguém a menos que o faça através dos seus esquadrões da morte. O fim da guerra deve ser discutido entre os beligerantes, porém, a democratização é um assunto que diz respeito a todos os moçambicanos, por isso, não deve ser debatido somente entre duas pessoas ou dois partidos. Impedir que as demais forças políticas e organizações da sociedade civil participem do debate, é uma atitude antidemocrática. Nem a Frelimo nem a Renamo receberam do povo a procuração bastante para, apenas, os dois discutirem o futuro dos moçambicanos.. Quem mais coloca impedimentos a entrada de outros agentes é a Renamo com o objectivo de colher reconhecimento público de um heroísmo.
A Frelimo gosta de jogar com a Renamo por saber que é fácil fintá-la, como o tem feito em diversas ocasiões. A Frelimo está habituada a aldrabar a Renamo sem grandes dificuldades. Foi burlada em Roma e Joaquim Chissano, antigo presidente da República, di-lo publicamente e sem evasivas, que aldrabou Dhlakama. Armando Guebuza, vendo a fraqueza institucional da Renamo, tambem, fintou a Renamo como a tal coisa que chamam de Acordo de Cessação das Hostilidades Militares quem nem pernas para andar teve.
Agora, chegou a vez de Nyusi jogar a sua cartada e Dhlakama já diz que está desiludido pela lentidão do processo que anda a passo de camaleão. Todavia, o que está a acontecer era previsível. Sem margem de erro, pode-se afirmar que Dhlakama voltou a cair na armadilha da Frelimo.
A democratização do país não se esgota pela simples eleição do governador provincial. A democratização só será efectiva com a revisão da Constituição da República que confere poderes à Frelimo de vencer, de maneira não clara, em todos os pleitos eleitorais.
Reduzir os poderes conferidos à figura do chefe de estado é um imperativo incontornável. Para que tenhamos eleições livres e transparentes é fundamental que a Lei Eleitoral seja revista em toda a escala porque ela permite que os órgãos eleitorais -Secretariado Técnico de Administração Eleitoral, a Comissão Nacional das Eleições e o próprio Conselho Constitucional- deliberem, fraudulentamente, vitórias retumbantes da Frelimo. Os órgãos eleitorais são um verdadeiro cancro que corroem a democracia e o desenvolvimento do país, por isso, devem ser reformulados tanto na sua composição quanto no seu funcionamento.
(Recebido por email)

Sem comentários:

Enviar um comentário