Salvem a mCel, por favor. Esse é o nosso grito de socorro. Protejam está empresa participado pelo Estado que, para além de ser o nosso local de trabalho, já foi um dos grandes contribuintes para o Estado. Já não somos aquela empresa robusta e “orgulhosamente moçambicana”.
O que move certos funcionários de topo desta empresa a matarem-na sem dó e nem piedade? Qual é o interesse em derrubar o que construímos com tanto sacrifício nestes anos. Depois do investimento que a nossa empresa fez de 70 milhões de dólares na infra-estrutura, em 2008, nunca mais foi feito qualquer reforço no sentido de proteger a nossa liderança. Detínhamos 70 porcento do mercado de telefonia móvel no país. Mensalmente, vendíamos produtos na ordem dos 500 milhões de Meticais. A nossa ambição, de estender a nossa rede de Terceira Geração (3G) para as cidades da Beira, Nampula, Tete e Nacala caiu em saco roto por conta de políticas que temos adoptado e que prejudicam a empresa.
Ontem éramos líderes e hoje somos uma operadora que caminha para a extinção. A queda livre da nossa empresa tem sido mascarada desde 2011, altura em que deixámos de publicar o nosso Relatório e Contas como a Lei recomenda. Uma mostra disso é que deixámos de constar do ranking das cem maiores empresas da KPMG. O nosso volume de negócios de 8,1 biliões de Meticais em 2013 passou um passivo que em 2014 ascendeu aos 9 biliões de Meticais.
A título de exemplo o primeiro-ministro Carlos Agostinho de Rosário afirmou em Agosto de 2015 na visita que fez as nossas instalações o seguinte:
“A situação financeira da empresa requer um tratamento cuidadoso e é por causa disso que também foi-nos dado a conhecer que o Estado, como accionista, deve comparticipar ou arranhar formas de financiamento, através de vários moldes que existem nos meios financeiros, para capitalizar a empresa e continuar a investir”.
Essas constrangimentos, que nos colocam como terceira operadora, tem uma explicação muito clara e é por conta disso que lançamos este pedido de socorro. Temos assistido ao despedimento dos nossos colegas e estamos todos apreensivos em relação à nossa vez. O que nos inquieta, enquanto trabalhadores desta que foi uma das maiores empresas do país, é que somos despedidos por conta de erros cometidos por gestores de topo.
Não somos nós, os trabalhadores, quem deixou de investir na rede e por conta disso perdeu 90 porcento do seu mercado.
Não somos nós, os trabalhadores, quem abandonou as campanhas de marketing que tanto prestigio nos davam e alcançavam a nossa imagem como primeira e mais importante operadora do país.
Não somos nós, os trabalhadores de base, quem vende informação privilegiada aos nossos concorrentes. Essa responsabilidade é do Administrador Delegado Cláudio Chiche e do Director Comercial Benjamim Fernandes.
Não somos nós, os trabalhadores, quem afastou os 7 distribuidores para promover um único. Como se explica que o único revendedor dos nossos produtos seja onde o Administrador Delegado Claúdio Chiche, através de um esquema bem montado é sócio.
Não somos nós, os trabalhadores, quem tomou a decisão de abandonar o mercado Centro e Norte, como se fossemos uma empresa tribalista e voltada apenas ao Sul do país.
Como é possível uma empresa distribuir em todo o país. Será que o Administrador Delegado Claúdio Chiche não percebe que isso é praticamente impossível. A redução das vendas no Centro e no Norte mostram que esse caminho é errado. Salvem a mCel do Claúdio Chiche de uma vez por todas.
Sugerimos, como trabalhadores, a operação de mudanças profundas. Precisamos de ser competitivos e isso passa por mudar toda estrutura directiva da empresa, colocando - se for necessário - gestores oriundos do sector privado - e comprometidos com o lucro e fortalecimento da imagem da empresa. É imperioso afastar da estrutura de ganhos da empresa indivíduos que tomem decisões prejudiciais ao alcance das nossas metas.
Em 2010 os nossos lucros aumentaram 267 porcento e devíamos investir 2.600 milhões de Meticais na extensão da rede de cobertura e na melhoria da qualidade e expansão dos serviços a prestar aos clientes. Precisamos de respostas em relação ao corte dessa pretensão. Exactamente pelo facto de não terem sido instaladas as 470 novas estações de base (das quais cerca de 160 em 3G) previstas. Onde foi esse dinheiro? Como é que se explica que tenhamos deixado deliberada e propositadamente deixado de investir?
Em 2010 já cobríamos todas as sedes dos 128 distritos do país e 252 postos administrativos, que correspondiam a 59% de todos os postos administrativos. O que fez com que volvidos seis anos a nossa cobertura no país não alcance 30 porcento?
Salvem os nossos filhos e protejam está grande empresa destes que não lhe querem ver prosperar
Protejam de ladrões e de promotores de negociatas que só beneficiam a eles e os seus familiares
A mCel é uma empresa que deve orgulhar os moçambicanos e não algo que sirva para engordar preguiçosos e inimigos do desenvolvimento.
São esses que, no tempo de Samora, iriam à reeducação. Senti-mo-nos encorajados a enviar essa carta por vermos, no Presidente Nyusi, alguém que quer trilhar os caminhos de Samora. Bem haja.
Assinado: Trabalhadores da mCel
“Não temos medo de morrer, mas sim de ficar sem o nosso emprego. Este é o nosso grito de desespero. Salvem a nossa empresa e ajudem a manter o sorriso das nossas crianças”.
Salvem a mCel
CC TDM
CC Gabinete do Presidente da República
CC Savana
CC Jornal AVerdade
CC Zambeze
CC Magazine Independente
CC Canal de Moçambique
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